
A Comunidade Valenciana e de Euskadi decidiram avançar na criação da chamada casa feminista. Ambas as regiões começaram a desenvolver guias para projetar este tipo de habitação que incluem algumas recomendações para a integração de aspetos relevantes numa perspetiva de género e de “arquitetura feminista” e de igualdade de género. A ideia é construir casas que promovam relações iguais, corresponsabilidade e conciliação.
No caso de Euskadi, muitas dessas recomendações estarão refletidas no Decreto de Habitação que o governo está a ultimar e que será obrigatório. O texto é elaborado pela diretora da Cátedra UNESCO de Género da Universidade Politécnica de Madrid, Inés Sánchez de Madariaga, e pela professora de planeamento urbano da Faculdade de Arquitetura da Universidade Politécnica de Valência, Inés Novella.
O que é uma casa feminista?
Como deve ser uma casa feminista? Para começar, a casa deve ser adaptada ao modelo de cada família e respetiva atividade. Por isso, deve estar preparada para se adaptar às necessidades das famílias em diferentes fases da vida. Nestas premissas, os quartos devem ter entre 10 e 12 m2 e ser iguais para não gerar qualquer hierarquia. As casas de bnaho devem estar preparadas para que duas pessoas possam utilizá-las ao mesmo tempo e que pelo menos um deles seja totalmente acessível.
Por sua vez, na casa feminista a cozinha e a sala de jantar devem estar conectadas de alguma forma: espacial ou visualmente. Os pátios interiores são “proibidos” porque o local onde se cozinha deve ter luz natural e pelo menos 7 m2. Assim como as casas de banho, é muito importante que possa ser usado por mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Na casa feminista existe um espaço de pelo menos 3 m2 dedicado ao trabalho doméstico onde pode localizar-se a máquina de lavar, secar, tábua de engomar ou roupa suja.
A estas recomendações juntam-se o espaço de arrumação, 1,5 metros por pessoa, aberturas generosas à fachada, para facilitar a luz e ventilação cruzada, e ainda terraços ou varandas de 1,20 metros que permitam atividades ao ar livre, como comer, estudar ou brincar.
O guia também faz referência às áreas comuns, que também devem levar em conta o elemento de segurança. “Isso afeta especialmente as mulheres. Dado o aumento da violência, eprecisam de proteção no ambiente construído para eliminar a perceção de risco”, diz a arquiteta, citada pelo El Mundo. Isso é possível corredores sem cantos ou esconderijos, com luz natural e portas de vidro, garagens com clarabóias ou comunicação entre casas, com corredores abertos.
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