Renda mediana das casas em Portugal atingiu 6,16 euros por metro quadrado no primeiro trimestre de 2022, apontam os dados do INE.
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Arrendar casa está mais caro
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Com a subida da inflação e as mudanças no crédito habitação (aumento dos juros e novos prazos consoante as idades), muitas famílias veem no mercado de arrendamento a única solução para encontrar uma casa para viver. Esta realidade traduz-se num aumento de 19,8% no número de novos contratos de arrendamento nos primeiros três meses de 2022 face ao período homólogo. E ainda numa subida das rendas medianas das casas, que encareceram 6,4% entre estes dois momentos, atingindo os 6,16 euros por metro quadrado (euros/m2) no primeiro trimestre de 2022, mostram os dados provisórios do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados esta terça-feira, dia 28 de junho.

Entre janeiro e março de 2022, a renda mediana dos 23.934 novos contratos de arrendamento atingiu os 6,16 euros/m2. “Este valor representa um aumento de 6,4% face ao período homólogo de 2021, contudo foi o valor mais baixo das taxas de variação homóloga desde o segundo trimestre de 2021. Relativamente ao trimestre anterior, a renda mediana do primeiro trimestre de 2022 diminuiu 1,4%”, aponta o gabinete de estatística português no boletim.

Também o número de novos contratos de arrendamento no país foi maior que o registado no mesmo trimestre de 2021 (19.977 novos contratos), representando um aumento da atividade de arrendamento de +19,8%.

Em que regiões as rendas mais subiram?

Face ao período homólogo, a renda das casas aumentou, em termos medianos, em 24 das 25 sub-regiões portuguesas nos primeiros três meses de 2022. As regiões autónomas da Madeira (+18,3%) e dos Açores (+12,2%) e a Região de Leiria (+10,4%) registaram os maiores crescimentos homólogos, aponta o instituto. E houve ainda outras que apresentaram variações homólogas das renda da casa superiores a realidade do país, como a Área Metropolitana de Lisboa (+6,7%), Algarve (+6,7%) ou a Área Metropolitana do Porto (+7,2%).

Já comparando estes dados com os apurados para o quarto trimestre de 2021, verifica-se que a renda mediana aumentou apenas em 15 das 25 sub-regiões do país, “salientando-se Terras de Trás-os-Montes que, apesar de ter registado o menor valor mediano de renda em ambos os trimestres, foi a sub-região com a maior taxa de crescimento (+35,8%)”. As quedas nas rendas das casas oscilaram entre -5,2% (Região de Leiria) e -0,4% (Cávado), sendo que a renda mediana nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto também diminuiu, respetivamente, -1,1% e -3,8%.

A Área Metropolitana de Lisboa continua a ser onde é mais caro arrendar uma casa no país – no primeiro trimestre a renda mediana nos novos contratos fixou-se nos 9,10 euros/m2. Logo a seguir está o Algarve com 7,12 euros/m2, seguido da Região Autónoma da Madeira 6,98 euros/m2 e da Área Metropolitana do Porto, onde arrendar casa custa 6,58 euros/m2. Em sentido contrário, está Terra de Trás-os Montes, uma sub-região que registou a única descida homóloga (-3,4%) e onde há as rendas mais baratas do país (2,88 euros/m2).

Arrendar casa nos municípios com mais de 100 mil habitantes: quais são os mais caros?

No primeiro trimestre de 2022, observou-se um aumento homólogo a renda mediana por m2 de novos contratos de arrendamento em 23 dos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes (menos um que no trimestre anterior). Os maiores crescimentos das rendas das casas foram registados no Funchal (+17,2%), Matosinhos (+14,9%) e Vila Nova de Famalicão (+14,6%).

Todos os municípios com mais de 100 mil habitantes das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto – à exceção de Santa Maria da Feira (4,30 euros/m2 ) e Gondomar (5,93 euros/m2 ) - registaram rendas medianas superiores à nacional. “Nas áreas metropolitanas destacaram-se com valores e taxas de crescimento homólogo das rendas superiores aos do país, os municípios de Lisboa (12,00 euros/m2 e +9,7%), Cascais (11,25 euros/m2 e +7,8%), Oeiras (10,53 euros/m2 e +9,8%) e Porto (9,23 euros/m2 e +11,2%)”, aponta o INE.

Já Barcelos foi o único município com mais de 100 mil habitantes que registou uma taxa de variação homóloga negativa da renda mediana por m2 (-2,0%), sendo que também é neste concelho onde arrendar casa é mais barato – custa 3,38 euros/m2. No fundo da tabela está também Guimarães, onde o custo de arrendar uma habitação é de 4,24 euros/m2.

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