Ex-líder do BES Angola doou casas que já tinham sido arrestadas para “manter a salvo” da justiça o seu património, diz o DCIAP.
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casas de luxo
Estoril Sol Residence, onde Álvaro Sobrinho comprou seis apartamentos Google Maps

Álvaro Sobrinho, antigo CEO do BES Angola (BESA), foi acusado pelo Ministério Público de vários crimes de abuso de confiança agravada e branqueamento de capitais. O ex-banqueiro terá desviado vários milhões para fins pessoais, desde comprar relógios, joias, mas também apartamentos de luxo em vários pontos do país e até quintas – como a da Foz do Pinhão, no Douro. Ao que tudo indica, e para “fintar” a justiça e evitar a perda de bens, Sobrinho também terá passado vários imóveis do empreendimento Estoril-Sol, arrestados entre 2011 e 2012, para nome dos filhos, a titulo de doação.

Com o dinheiro do BES Angola, o ex-banqueiro terá feito vários investimentos no ramo imobiliário ao longo dos anos. Comprou a referida quinta no Douro, seis frações do condomínio de luxo Estoril Sol, que custaram cerca de 9,5 milhões de euros, e outros imóveis em Lisboa e Cascais, tal como noticia o jornal ECO. Em 2011, o tribunal decretou o arresto dos seis imóveis do Estoril Sol, que durou até 2012, mas, depois disso, Álvaro Sobrinho decidiu transferir a propriedade desses imóveis para os seus dois filhos.

Segundo o despacho de acusação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), citado pela publicação, “o custo da aquisição das mesmas [frações do empreendimento] foi suportado com fundos ilicitamente apropriados das contas do BESA domiciliadas no BES. Por decisão judicial, de 2011, foram objeto de arresto esses mesmos apartamentos e respetivos lugares de garagem”.

“Ciente de que aqueles imóveis constituíam vantagens obtidas “através da prática de factos com relevo criminal e de forma a assegurar que se mantinham a salvo de novas medidas de garantia patrimonial que viesse a ser decretadas pela justiça Portuguesa, e de uma eventual de decisão de perda que pudesse vir a ser-lhe aplicada como reação criminal, o ex-administrador do BESA tomou “a decisão de ir removendo formalmente da sua esfera jurídica património que pudesse vir a ser declarado perdido, no decurso da investigação, por via de transmissão gratuita aos seus filhos”, revela ainda o despacho.

De acordo com o DCIAP, Sobrinho agiu “com o propósito de transferir os bens por si adquiridos, com as vantagens obtidas com a prática de crimes, para a esfera jurídica de terceiros, visando, desse modo, evitar a perda desses bens”.

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