Setor da gestão de condomínios "pode entrar em crise e é preciso" estar precavido, avisa Vítor Amaral, presidente da APEGAC.
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Crise no setor da gestão e administração de condomínios
Vítor Amaral, presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Gestão e Administração de Condomínios (APEGAC) APEGAC

Poderá o setor da gestão e administração de condomínios entrar em crise em Portugal, tendo em conta o atual contexto económico e financeiro que se vive no país e no mundo? Vítor Amaral, presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Gestão e Administração de Condomínios (APEGAC), deixa essa porta aberta, considerando que é preciso estar alerta e prevenido. Segundo a associação, há oito passos a seguir para minimizar o impacto da crise. Este poderá ser um dos temas em discussão no V Congresso da APEGAC, que se realizará nos dias 10 e 11 de novembro de 2022, no Tagus Park, em Oeiras. 

De acordo com Vítor Amaral, presidente da APEGAC, vivem-se “tempos conturbados que irão afetar empresas de todos os setores, não só as empresas de gestão de condomínios”. “Contudo, não coloquemos panos quentes, pois este setor pode também entrar em crise e é preciso precavermo-nos perante esta situação”, acrescenta, citado em comunicado. 

A direção da APEGAC diz estar preocupada com a crise que começa a instalar-se, quer em consequência da subida dos preços, como já não se via há quase 30 anos, quer em consequência da enorme subida do Salário Mínimo Nacional (SMN) em 2023. 

Sobre este tema, salienta que o aumento do SMN custa por cada funcionário quase 1.000 euros por ano ao empregador. “Por muito justo que seja tal aumento, não deixa de ter significativa repercussão no setor. A acrescer, temos a enorme subida da eletricidade, dos combustíveis, do papel, dos tinteiros, etc.”, lê-se na nota. 

Salientando que “não tem a solução para resolver os problemas de tesouraria das empresas” do setor, a APEGAC deixa oito recomendações para ajudar as mesmas a minimizar o forte impacto da crise que se avizinha. A saber:

  • Atualização dos honorários com uma taxa de aumento não inferior a 8%;
  • Utilização das novas tecnologias e aproveitamento de todos os seus recursos, de forma a reduzir tempo em serviços administrativos;
  • Evitar o mais possível o uso do papel, substituindo-o pela digitalização de documentos evitando desperdícios;
  • Aplicar medidas para a redução do consumo de energia, evitando o uso do ar condicionado e desligando da corrente elétrica todos os aparelhos no final do dia;
  • Renegociação de contratos de prestação de serviços, com operadoras de telecomunicações, seguros, bancos, etc;
  • Evitar deslocações desnecessárias aos clientes, procurando formas de comunicação e informação por email, telefone ou com recurso a programas de gestão ou aplicações que tenham registo de ocorrências;
  • Elaboração do orçamento da empresa, investindo na gestão e planeamento financeiros.
  • Na negociação de aumentos salariais com os trabalhadores, incorporar, se possível, componentes como seguro de saúde e aumento de subsídios de refeição que podem tornar-se menos penalizadoras para a entidade patronal em termos de impostos.

A associação recorda que há quase cinco milhões de portugueses a viver em cerca de 300 mil edifícios constituídos em propriedade horizontal, o que significa que existem cerca de 300 mil administradores que têm, entre outras funções, o dever de cuidar do património comum de todas estas pessoas.

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