Preço das casas à venda subiu em 19 capitais de distrito, com Évora (37,5%) e Ponta Delgada (36,4%) a liderar, revela o idealista.
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quanto custam as casas à venda
GTRES

O ano de 2022 foi marcado pelo ciclo inflacionista que afetou o preço da energia, dos alimentos, dos custos de construção e fez subir as taxas de juro. Mas não só. A alta inflação que se fez sentir em Portugal também deu gás à evolução dos preços das casas, que já têm vindo a aumentar há vários anos, agravando, assim, o acesso à habitação para muitas famílias.

Contas feitas, as casas para comprar ficaram 6,4% mais caras em dezembro de 2022 face ao mesmo mês de 2021. No final de dezembro deste ano, comprar casa tinha um custo mediano de 2.475 euros por metro quadrado (euros/m2), segundo o índice de preços do idealista. E este é um cenário visível em quase todo o território português, já que as casas ficaram mais caras em 19 capitais de distrito em 2022, Lisboa (+3,1%) e Porto (+7,4%) incluídas.

As habitações à venda estão a ficar mais caras desde o final de 2013, quando Portugal começou a recuperar do choque da crise financeira de 2008. E, de lá para cá, os preços das casas não pararam de subir no nosso país, nem mesmo durante a pandemia. Apesar de a inflação estar agora a apertar os bolsos dos portugueses e de as taxas de juro dos créditos habitação estarem a subir, a procura de casas para comprar continua a ser superior à oferta existente - muito embora já esteja a arrefecer ligeiramente. Em resultado, os preços das habitações à venda continuam a escalar: subiram 0,6% em dezembro de 2022 face novembro e 3,6% face ao trimestre anterior.

Comprar casa em Portugal
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Casas ficaram mais caras em 19 capitais de distrito

Em 2022, os preços das casas subiram em 19 capitais de distrito com Évora (37,5%), Ponta Delgada (36,4%) e Funchal (25,9%) a liderarem a lista. E houve mais 11 cidades onde as casas ficaram mais caras a dois dígitos: Santarém (21,2%), Aveiro (20,3%), Faro (19,1%), Leiria (18,2%), Vila Real (17,9%), Setúbal (17,9%), Beja (16,4%), Braga (14,5%), Viana do Castelo (12,9%), Bragança (12,6%), Viseu (10,4%).

Os preços das casas à venda em Portugal subiram em 2022 a um ritmo anual inferior a 10% no Porto (7,4%), Coimbra (7,2%), Guarda (6,6%), Castelo Branco (5,2%) e Lisboa (3,1%).

A única capital de distrito que viu os preços das habitações descer entre dezembro de 2021 e dezembro de 2022 foi Portalegre (-1,7%), mostram os dados.

Lisboa continua a ser a cidade onde é mais caro comprar casa: 5.147 euros/m2. Porto (3.238 euros/m2) e Funchal (2.656 euros/m2) ocupam o segundo e terceiro lugares, respetivamente. Seguem-se Faro (2.602 euros/m2), Aveiro (2.489 euros/m2), Setúbal (2.161 euros/m2), Évora (2.000 euros/m2), Coimbra (1.732 euros/m2), Ponta Delgada (1.667 euros/m2), Braga (1.572 euros/m2), Viana do Castelo (1.421 euros/m2), Leiria (1.327 euros/m2) e Viseu (1.302 euros/m2).

Já as cidades mais económicas para adquirir uma habitação no final deste ano são Portalegre (669 euros/m2), Guarda (799 euros/m2), Castelo Branco (810 euros/m2), Bragança (865 euros/m2), Beja (963 euros/m2), Santarém (1.029 euros/m2) e Vila Real (1.269 euros/m2).

Ilhas lideram subida dos preços das casas em 2022

As maiores subidas dos preços das casas para comprar em 2022 tiveram lugar em três ilhas portuguesas, nomeadamente na ilha do Faial (35,9%), ilha de São Miguel (30,3%) e ilha de Porto Santo (29%). Seguem-se ilha da Madeira (25,2%), Évora (21,5%), ilha Terceira (21,1%), Santarém (19,8%), Aveiro (19,5%), Setúbal (19,1%), Bragança (18,3%), Faro (17,7%), Braga (16,5%), Viana do Castelo (15,4%), ilha do Pico (13,9%) e Leiria (13,8%).

Com subidas dos preços das casas à venda inferiores a 10% entre dezembro de 2021 e dezembro de 2022 encontram-se Vila Real (9,1%), Viseu (8,4%), Beja (7,5%), Coimbra (6,9%), Porto (6,2%), Portalegre (4,8%), Lisboa (2,6%) e Guarda (2,3%).

Houve apenas um distrito onde as casas para comprar ficaram mais baratas em 2022: Castelo Branco (-2,2%), revela ainda o índice do idealista.

Sem surpresa, o ranking dos distritos mais caros para comprar casa é liderado por Lisboa (3.822 euros/m2), seguido por Faro (3.063 euros/m2) e pelo Porto (2.413 euros/m2). A lista dos distritos e ilhas mais caras para adquirir uma habitação em Portugal segue com a ilha da Madeira (2.400 euros/m2), Setúbal (2.314 euros/m2), ilha de Porto Santo (1.781 euros/m2), Aveiro (1.672 euros/m2), Braga (1.454 euros/m2), ilha de São Miguel (1.432 euros/m2), Leiria (1.429 euros/m2), Coimbra (1.313 euros/m2), Évora (1.283 euros/m2), Viana do Castelo (1.242 euros/m2), ilha do Pico (1.200 euros/m2), ilha do Faial (1.199 euros/m2), ilha Terceira (1.054 euros/m2) e Santarém (1.008 euros/m2).

E onde é que se localizam as casas mais baratas para comprar no país?

Os preços mais económicos para adquirir uma habitação encontram-se em Portalegre (636 euros/m2), Guarda (676 euros/m2), Castelo Branco (720 euros/m2), Bragança (900 euros/m2), Beja (920 euros/m2), Viseu (956 euros/m2) e Vila Real (943 euros/m2).

Preços das casas à venda subiram em todas as regiões em 2022

Em 2022, os preços das casas subiram em todas as regiões do país. A liderar as subidas, encontram-se o Alentejo (27,3%), a Região Autónoma da Madeira (25,4%) e a Região Autónoma dos Açores (24,1%). Segue-se o Algarve (17,7%), Centro (13,4%), Norte (6,5%) e Área Metropolitana de Lisboa (3,6%).

A Área Metropolitana de Lisboa, com 3.466 euros/m2, continua a ser a região mais cara para adquirir habitação em Portugal, seguida pelo Algarve (3.063 euros/m2), Região Autónoma da Madeira (2.389 euros/m2) e Norte (2.054 euros/m2). Do lado oposto da tabela encontram-se a Região Autónoma dos Açores (1.299 euros/m2), o Centro (1.347 euros/m2) e o Alentejo (1.411 euros/m2) que são as regiões mais baratas para comprar casa em 2022.

Preço das casas para comprar
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Índice de preços imobiliários do idealista

Para a realização do índice de preços imobiliários do idealista, são analisados ​​os preços de oferta (com base nos metros quadrados construídos) publicados pelos anunciantes do idealista. São eliminados da estatística anúncios atípicos e com preços fora de mercado.

Incluímos ainda a tipologia “moradias unifamiliares” e descartamos todos os anúncios que se encontram na nossa base de dados e que estão há algum tempo sem qualquer tipo de interação pelos utilizadores. O resultado final é obtido através da mediana de todos os anúncios válidos de cada mercado.

O relatório completo encontra-se em: https://www.idealista.pt/media/relatorios-preco-habitacao/venda/

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