
Há uma “estrutura de custos profundamente desigual” no mercado da habitação em Portugal. Esta é uma das conclusões a retirar do estudo “Reformas Estruturais”, divulgado esta quarta-feira (19 de julho de 2023) e publicado no âmbito dos relatórios anuais sobre o “Estado da Nação e as Políticas Públicas” do Instituto para as Políticas Públicas e Sociais do ISCTE. Trata-se de um estudo coordenado pelo economista Ricardo Paes Mamede que traça o estado do país em nove áreas, sendo uma delas precisamente a habitação.
Citada no estudo, a professora Teresa Costa Pinto refere que há, no setor da habitação, “uma estrutura de custos profundamente desigual” em Portugal, com as pessoas que já estavam no mercado habitacional a terem “encargos financeiros ou valores de arrendamento comportáveis”, ao invés de quem está agora a entrar nesse mercado, que enfrenta “elevadíssimos custos”.
Para exemplificar esse contraste, o estudo indica que, de acordo com os Censos de 2021, cerca de 78,5% das pessoas que pagam atualmente rendas superiores a 1.000 euros mensais “residem há quatro ou menos anos na habitação”.
Uma situação que se deve à “enorme escalada de preços de venda e arrendamento, sobretudo desde 2015”, sendo este essencialmente “um problema urbano e não só dos mais pobres, mas das classes médias e gerações mais jovens”, refere a responsável.
Teresa Costa Pinto considera que “não há soluções mágicas” para dar resposta à crise da habitação existente em Portugal e defende que, mais do que através de “medidas e técnicas”, é necessário escolher um “modelo de sociedade” adequado.
Com Lusa
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