
O segundo dia de votações na especialidade do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), que decorreu na sexta-feira (dia 24 de novembro), foi marcado pela aprovação de cerca de 40 propostas de alteração ao documento vindas da oposição. E uma delas diz respeito à criação de uma base de dados digital do património imobiliário público no próximo ano, que foi proposta pelo Livre.
O Livre teve, assim, luz verde a parte de uma proposta sobre a base de dados digital do património imobiliário público, nas votações em sede de especialidade do OE2024, na Comissão de Orçamento e Finanças.
“Em 2024, o Governo cria uma base de dados digital do património imobiliário público”, refere um dos pontos aprovados.
Paralelamente ficou estipulado que, além de digital, esta base de dados é “georreferenciada e interoperável com o Instituto dos Registos e do Notariado (IRN) de modo a ser permanente e automaticamente atualizada com os dados prediais dos imóveis do Estado”.
Reprovado devido ao voto contra do PS ficou, contudo, a parte da proposta que previa que as despesas necessárias à criação da base de dados seriam financiadas através da dotação proveniente do orçamento do Estado para a Estamo.
Foi ainda aprovada uma outra proposta do Livre que compromete o Governo, em 2024, a fazer as “diligências necessárias” de modo “a atualizar o Programa de Gestão do Património Imobiliário e do Programa de Inventariação do património imobiliário público”.

Que outras propostas foram incluídas no OE2024?
No segundo dia de votações na especialidade OE2024, na Comissão de Orçamento e Finanças, a educação, saúde, cultura e transportes públicos dominaram os temas das propostas a votação. E, à semelhança do primeiro dia, o Livre liderou o pódio do número de aprovações, com 13 propostas. Já a Iniciativa Liberal e o Chega não viram nenhuma proposta a ser viabilizada.
Estas foram as principais propostas de alteração ao OE2024 vindas da oposição que obtiveram luz verde na Assembleia da República na passada sexta-feira, dia 24 de novembro:
- aprovação de legislação pelo Governo no próximo ano para criar uma banca ética e solidária (Livre);
- atualização dos cadernos eleitorais (Livre);
- inclusão no passe gratuito de transportes públicos dos sistemas de bicicletas partilhadas (PAN);
- criação de um grupo de trabalho para minimização das capturas acidentais de mamíferos, aves e répteis marinhos (PAN);
- criação de programas para acolher e apoiar estudantes, investigadores e professores que venham de instituições de ensino superior de Israel, Faixa de Gaza e Cisjordânia (PAN);
- criação de um Programa Nacional de Apoio ao Planeamento da Mobilidade Urbana Sustentável (PSD);
- criação de um programa para que as águas residuais tratadas sejam usadas no combate aos incêndios rurais (PSD);
- modernização da monitorização dos recursos hídricos (PSD);
- abertura de pelo menos 150 novas salas na rede pública do pré-escolar no próximo ano, devendo o Governo assegurá-lo em articulação com os municípios (PCP);
- a fruta da época e das diversas regiões do país passe a estar incluída diariamente no próximo ano em todas as refeições escolares fornecidas em estabelecimentos de ensino público (PCP);
- criação do Programa Nacional para a Prevenção dos Maus-Tratos na Infância (BE);
Entre as propostas do PS aprovadas contam-se o alargamento dos programas de rastreio oncológico aos cancros do pulmão; a criação e implementação do Cartão de Mobilidade (com benefícios para empresas que desincentivem os trabalhadores do uso de transporte individual e promova o transporte sustentável comparticipando despesas de mobilidade); a criação, no âmbito dos fundos europeus, no próximo ano de um apoio reforçado aos apicultores; ou o reforço do complemento para estudantes deslocados durante estágios.
As votações do OE2024 em sede de especialidade prolongam-se até à próxima quarta-feira (dia 29 de novembro), culminando com a votação final global do documento, que tem aprovação garantida pela maioria absoluta do PS. Depois de aprovado o OE2024, o Presidente da República vai dissolver a Assembleia da República e convocar eleições antecipadas para 10 de março, na sequência do pedido de demissão do primeiro-ministro, António Costa.
Contudo, Marcelo Rebelo de Sousa adiou a publicação do decreto para janeiro, permitindo a votação da proposta orçamental e entrada em vigor do documento. O novo Governo que resultar das próximas eleições poderá, caso pretenda, apresentar um Orçamento Retificativo.
*Com Lusa
Acompanha toda a informação imobiliária e os relatórios de dados mais atuais nas nossas newsletters diária e semanal. Também podes acompanhar o mercado imobiliário de luxo com a nossa newsletter mensal de luxo.
Para poder comentar deves entrar na tua conta