
O dinamismo do arrendamento em Portugal marcou o final de 2023. Foi selado o maior número de contratos de arrendamento dos últimos quatro anos. E estes negócios levaram a que as rendas das casas voltassem a subir para valor mais elevado desde 2020. Mas, a verdade é que as casas para arrendar apresentam preços bem dispares a nível geográfico. Há municípios onde as rendas mensais que podem superar os 1.000 euros, mas também há outros onde é possível arrendar uma habitação por menos de 300 euros por mês. Descobre tudo neste mapa preparado pelo idealista/news, tendo por base os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Ao longo de 2023, foram selados 94.553 contratos de arrendamento em 2023, o maior número dos últimos 4 anos. Foram quase mais 2 mil contratos do que em 2022 e mais 7 mil do que dois anos antes. Este maior dinamismo no arrendamento habitacional - um mercado onde há um acentuado desequilíbrio entre a alta procura e escassa oferta – provou um aumento das rendas medianas, que atingiram também o valor mais elevado desde 2020 (7,21 euros/m2), mostram os dados do INE publicados esta quinta-feira, dia 28 de março, relativos aos últimos 12 meses terminados no segundo semestre de 2023.
A verdade é que a 177 dos 215 concelhos com dados disponíveis (num universo de 308 municípios) possuem rendas das casas inferiores à mediana do país. Entre estes há mesmo 119 territórios – localizados, sobretudo, no interior do país - onde a renda de uma habitação com 100 m2 é inferior a 500 euros mensais. E 13 municípios onde é possível arrendar uma habitação por menos de 300 euros por mês, como é o caso de Vila Nova de Foz Côa (distrito da Guarda) e de Vila Flor (Bragança).
Apenas há 38 concelhos que apresentam rendas das casas superiores ao custo mediano nacional, uma lista liderada por Lisboa, o concelho mais caro de todos para arrendar casa (15,22 euros/m2), diz ainda o INE, que revelam também que “Lisboa registou o maior número de contratos de arrendamento do país (9.048)”, mas registou “um decréscimo de 9,1% face ao período homólogo”. Como seria de esperar é no litoral e junto aos grandes centros urbanos que as rendas das casas são mais elevadas, pintando o mapa de Portugal de verde mais escuro.
De notar ainda que os 93 municípios que não têm amostras representativas localizam-se, sobretudo, no interior do país, indicando que aí há poucos contratos de arrendamento a serem assinados, não permitindo, assim, calcular as rendas medianas. Este é mais um sinal de alerta para a desertificação do interior de Portugal, a par da falta de casas para arrendar.
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