Autarca Paulo Silva ainda deixa críticas aos atrasos do projeto na margem sul que visa a instalação de empresas.
Comentários: 0
Casas no Seixal
Paulo Silva, autarca do Seixal Getty images

A Câmara Municipal do Seixal quer agilizar a sua estratégia local de habitação, motivo pelo qual exerceu o direito de preferência na compra de 30 casas ao Novo Banco por preços mais reduzidos. Mas não tem sido fácil avançar com a construção de casas no município, muito por culpa dos atrasos do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU). O autarca do Seixal, Paulo Silva, deixa ainda críticas ao facto de o projeto para criar um centro empresarial no Arco Ribeirinho Sul não sair do papel. 

De olho no desafio de colocar mais casas no mercado, a autarquia do Seixal decidiu exercer o seu direito de preferência para comprar de 30 apartamentos ao Novo Banco destinados a famílias com carências habitacionais. “Comprámos casas ao Novo Banco, exercemos direito de preferência nas mesmas, por 60-70 mil euros. Preços muito abaixo dos que se praticam”, diz Paulo Silva em entrevista ao ECO.

Estes imóveis do antigo BES estavam para ser vendidos em carteiras a fundos de investimento. E o autarca do Seixal refere que o presidente do Novo Banco ficou admirado – e “quase zangado” - por terem sido os únicos a exercer o direito de preferência. “Aqui no nosso território não vamos deixar que haja essas jogadas”, disse ao mesmo meio.

Empresas no Seixal
Foto de László Kinka no Pexels

Casas do PRR esbarram no IHRU – e projeto para empresas não sai do papel

No Seixal, tal como em outros municípios do país, tem havido dificuldades em avançar com a estratégia local de habitação e utilização dos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência devido aos atrasos do IHRU. O prazo para entregar estas casas está a apertar – é de cerca de um ano.

“A nível de execução do PRR, vamos ficar com centenas de milhões de euros que não se se vai conseguir executar, por responsabilidade do IHRU, que não foi rápido, não tem sido rápido a responder às propostas das câmaras municipais. Não estou a falar só do Seixal”, comenta o presidente da câmara ao mesmo meio.

E esta não é a única dificuldade. O projeto de reabilitação da frente rio na margem sul do Tejo – o Ardo Ribeirinho Sul rebatizado de Parque Cidades do Tejo -, continua parado 17 anos depois de ter sido lançado. “Temos pena que o projeto do Arco Ribeirinho Sul não avance mais rápido, porque há ali mais de 300 hectares para instalar muitas empresas e começa a haver falta de terrenos disponíveis para instalação de empresas. Temos aquele espaço ali desaproveitado”, lamenta Paulo Silva ao mesmo meio noutro artigo. “É fácil apresentar um projeto, o difícil é executá-lo”, atira.

As autarquias da margem sul não têm poder para intervir naquele território, que é propriedade do Estado, podendo apenas fazer pressão. “Nós, autarcas, queremos que haja a execução e que finalmente se dê o pontapé de saída nesse projeto que consideramos essencial para o desenvolvimento de toda a Península de Setúbal. Mas o que temos visto são muitas promessas, constituição de várias empresas para o desenvolvimento do projeto, cargos de administradores das empresas, mas depois, trabalho em concreto, não se vê nada”, acrescenta.

Acompanha toda a informação imobiliária e os relatórios de dados mais atuais nas nossas newsletters diária e semanal. Também podes acompanhar o mercado imobiliário de luxo com a nossa newsletter mensal de luxo.

Ver comentários (0) / Comentar

Para poder comentar deves entrar na tua conta