Estas são as previsões do Banco de Portugal sobre a habitação, inflação, economia e défice para 2026 e anos seguintes.
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Euribor a descer em 2026
Álvaro Santos Pereira, governador do Banco de Portugal Getty images

O Banco de Portugal (BdP) apresentou as suas previsões sobre a evolução da economia, investimento e inflação para os próximos anos. E trouxe boas e más notícias. Por um lado, o banco central estima que a Euribor deverá voltar a descer em 2026, que a inflação deverá estabilizar em torno de 2% e ainda revê em alta as previsões para o crescimento da economia. Mas, por outro lado, estima que haja uma desaceleração do investimento em habitação nos próximos anos.

No que diz respeito ao universo da habitação, o regulador português assume que poderá haver uma nova redução da Euribor no próximo ano. “De acordo com as hipóteses técnicas, baseadas nas expetativas implícitas nos contratos de futuros, a taxa Euribor a 3 meses, em termos médios anuais, deverá diminuir de 2,2% em 2025 para 2,0% em 2026 e subir posteriormente para 2,1% em 2027 e 2,3% em 2028”, lê-se no Boletim Económico de dezembro.

Estas previsões vão ao encontro das mencionadas pelo Governo português na proposta de Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), onde antecipa que a Euribor 3 meses cairá para 2,0% em 2026, depois de se fixar em 2,1% este ano.

Por outro lado, “o investimento em habitação deverá apresentar um crescimento de 5,9% em 2025 (5,5% em 2024), desacelerando nos anos seguintes para uma taxa média de 2,6%, num quadro de menor crescimento esperado do rendimento disponível e da população ao longo do horizonte”, refere o documento divulgado esta sexta-feira, dia 19 de dezembro.

Investimento na habitação
Créditos: Gonçalo Lopes | idealista/news

Melhores previsões para economia e inflação em 2026

As previsões do BdP apontam ainda para uma estabilização da inflação em Portugal. “Em média anual, espera-se que a inflação se reduza para 2,2% em 2025 e 2,1% em 2026 e estabilize em 2,0% em 2027–2028, permanecendo o diferencial de inflação face à área do euro próximo de zero, com base nas projeções do Eurosistema de dezembro de 2025”, lê-se ainda.

O banco central governado por Álvaro Santos Pereira reviu em alta as estimativas para o crescimento da economia para 2% em 2025 e 2,3% em 2026. A revisão deveu-se, sobretudo, a "um maior crescimento do consumo privado", segundo explica a instituição. O banco central passa, assim, a estar em linha com o Governo, que inscreveu no OE2026  subidas de 2% este ano e 2,3% no próximo.

"Num enquadramento internacional marcado por tensões comerciais, apreciação do euro e incerteza elevada, a economia portuguesa mantém um crescimento robusto", lê-se também no boletim. O BdP destaca ainda que "o alívio das condições financeiras, o reforço dos fundos europeus e uma política orçamental expansionista têm atenuado o impacto dos choques externos".

Por outro lado, para os anos seguintes no horizonte de projeção, o BdP prevê agora um abrandamento do crescimento da economia para 1,7% e 1,8% em 2027 e 2028, respetivamente.

No que diz respeito às contas públicas, o regulador português também melhorou as estimativas prevendo agora um saldo nulo este ano. "O saldo orçamental deverá estar equilibrado em 2025, prevendo-se défices nos anos seguintes: 0,4% do PIB em 2026, 0,9% em 2027 e 1% em 2028", antecipa.

"As melhorias das previsões face a junho refletem, entre outros fatores, novas medidas de política, a alteração das hipóteses relativas aos empréstimos do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] e o impacto da revisão do cenário macroeconómico na receita fiscal", explica o banco central, salientando que estas projeções incluem apenas as medidas já aprovadas pelo Parlamento ou definidas pelo Governo com detalhe suficiente e elevada probabilidade de aprovação.

Já no que diz respeito à dívida pública, o BdP acredita que "manterá uma trajetória descendente", diminuindo de 93,6% do PIB em 2024, para 88,2% do PIB em 2025 e para 79,5% do PIB em 2028.

*Com Lusa

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