Diz o empresário que as suas companhias aéreas na Austrália e no Reino Unido não sobreviverão à crise sem o apoio do Estado.
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Milionário Richard Branson dá mansão nas Caraíbas como garantia para resgatar a Virgin Airlines
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A Virgin Atlantic e a Virgin Australia estão à procura de ajudas públicas em face da escassez de recursos do grupo para superar a pandemia de coronavírus. O famoso empresário Richard Branson já veio dizer, de resto, que as suas companhias aéreas na Austrália e no Reino Unido não sobreviverão à crise sem o apoio do Estado, embora tenha prometido investir cerca de 230 milhões de euros, em parte apoiados na mansão em Necker Island Caribbean, para salvar empregos.

O bilionário anunciou na passada segunda-feira (21 de abril) que está fazer tudo o que pode para manter a Virgin Atlantic Airways Ltd., com sede em Crawley, na Inglaterra, mas precisa de um empréstimo garantido pelo Reino Unido para sair da crise. Enquanto isso, outra das suas companhias aéreas, a Virgin Australia Holdings Ltd. "luta para sobreviver".

Branson, com uma fortuna aproximada de 6 bilhões de dólares, mais de 5.500 milhões de euros, continua a tentar convencer os governos do Reino Unido e da Austrália a resgatar as suas marcas. Antes desta situação de crise, o empresário havia sido rotulado de "exiliado fiscal", com residência oficial nas Ilhas Virgens Britânicas. No entanto, a Virgin afirmou na missiva que as empresas pagam impostos nos países onde operam e têm sua sede, e que dá emprego a mais de 70.000 pessoas em 35 países diferentes.

Branson prometeu injetar 250 milhões de dólares, cerca de 230 milhões de euros, nas suas companhias aéreas para salvar empregos, principalmente para a Virgin Atlantic. Para isso, deu como garantia a propriedade em Necker Island, uma ilha de quase 30 hectares localizada nas Caraíbas.

Milionário Richard Branson dá mansão nas Caraíbas como garantia para resgatar a Virgin Airlines
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O governo britânico ainda não respondeu ao pedido da Virgin Atlantic. Antes de receber qualquer ajuda, o executivo de Boris Johnson pediu à companhia aérea para fornecer detalhes dos seus esforços de procurar financiamento no setor privado e, segundo fontes próximas à investigação, contratou o Morgan Stanley para avaliar sua lucratividade, viabilidade e contribuição para a economia do Reino Unido. A divisão britânica da Virgin, por sua vez, contratou o banco norte-americano Houlihan Lokey.

A Virgin Atlantic espera receber pelo menos o mesmo auxílio estatal que a EasyJet, com uma injeção de 600 milhões de libras, cerca de 687 milhões de euros, que foi apoiada pelo governo britânico. Branson também argumentou que o seu desaparecimento deixaria a British Airways sem concorrência.

Nas negociações, a Virgin contou com o apoio da fabricante de aeronaves Airbus, da fabricante de motores Rolls-Royce Holdings e dos operadores aeroportuários Heathrow e Manchester, importantes para os seus negócios.

Situação da Virgin Australia é ainda mais crítica

Notícias recentes revelam que o Governo de Canberra se recusa a dar mais ajuda à divisão australiana, com uma dívida de quase 3.000 milhões de euros no final de 2019.

Atualmente, Branson possui uma participação de 10% na operadora com sede em Brisbane, em comparação com 51% da Virgin Atlantic. Em outras empresas, Etihad Airways, Singapore Airlines, Nanshan Group e HNA Group mantém participações de quase 20%.

A empresa Virgin Australia solicitou ao governo australiano um empréstimo de cerca de 820 milhões de euros, conversível em capital, para superar a crise. Argumenta que compete num mercado que ficaria com um único jogador, a Qantas Airways, que não obteve lucro nos últimos sete anos.

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