O World Press Photo 2021, numa edição marcada pela Covid-19, tem também reportagens sobre o movimento social “Black Lives Matter”, a disputa da região de Nagorno-Karabakh e os incêndios na Amazónia, a competir para os prémios de melhores fotografias do ano. Desde 1955, o World Press Photo reconhece o trabalho dos melhores profissionais de fotojornalismo num concurso que premeia a melhor fotografia do ano e a melhor história contada através de uma reportagem fotográfica. Para esta 64ª edição, o júri escolheu 45 fotojornalistas e fotógrafos de 28 países, entre os mais de 4.100 profissionais que se candidataram com cerca de 74.500 imagens.
Os nomeados dos prémios internacionais de fotografia foram divulgados esta quarta-feira, 10 de março de 2021, com o júri a sublinhar, numa mensagem em vídeo, a importância do fotojornalismo como prova dos acontecimentos, num tempo em que os consumidores são bombardeados com tanta informação.
Para o prémio Fotografia do Ano estão nomeados seis trabalhos fotográficos:
- Evelyn Hockstein, sobre a contestação do movimento “Black Lives Matter”, nos Estados Unidos;
- Lorenzo Tugnoli, sobre a explosão que destruiu uma parte de Beirute, no Líbano;
- Luis Tato, sobre uma tempestade de gafanhotos, em África;
- Mads Nissen, que registou a vida num lar no Brasil, em tempo de pandemia;
- Oleg Ponomarev, sobre o processo de transição de um rapaz transgénero, na Rússia;
- Valery Melnikov, sobre o impacto do conflito pelo controlo da região de Nagorno-Karabakh.
Todos eles estão nomeados também nas categorias temáticas do World Press Photo, como ambiente, desporto, retratos ou temas da atualidade, juntamente com outros candidatos. Também foram selecionadas reportagens sobre incêndios na Amazónia, sobre migrantes africanos em Itália e sobre uma unidade de cuidados paliativos em França.
Os vencedores das diferentes categorias – e do grande prémio – serão anunciados a 15 de abril, estando prevista, depois, a habitual exposição anual com as imagens premiadas.
Fotojornalista português entre os nomeados
O fotojornalista português Nuno André Ferreira, que trabalha na agência Lusa, está nomeado para o prémio internacional de fotografia World Press Photo, na categoria “Spot News”, com um trabalho sobre incêndios em Oliveira de Frades (Viseu).
A imagem de Nuno André Ferreira a concurso foi captada em setembro de 2020 e mostra, em dois planos, uma criança dentro de um carro, e ao longe o recorte das chamas num incêndio que começou em Oliveira de Frades e se estendeu pelos concelhos vizinhos.
Escolhi aquela fotografia, porque há ali um contraste entre a ternura de uma criança e o incêndio, que é uma coisa tão má. E vemos ali uma criança dentro do carro, que parece que está imune àquilo tudo, porque também ela não percebe o que se passa à volta dela”, explicou o fotojornalista, em declarações à Lusa.
*Com Lusa
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