O mercado residencial dos EUA estará a sentir os efeitos da subida das taxas de juro por parte da Reserva Federal (Fed) – em 50 pontos base, para tentar controlar a inflação –, e os dados mais recentes confirmam que se estão a vender menos casas no país, havendo também menos pessoas a recorrer ao crédito habitação, com receio de verem a prestação da casa disparar. Em abril, as vendas de casas novas caíram para o valor mais baixo dos últimos dois anos. Já o preço médio das habitações subiu quase 20% em termos homólogos.
Segundo a Reuters, que se apoia em dados do Departamento do Comércio dos EUA, em abril, as vendas de casas novas caíram 16,6% para uma taxa anual ajustada de 591.000 unidades, o nível mais baixo desde abril de 2020. Trata-se, de resto, do quarto mês consecutivo de quedas.
Os números são menos otimistas que os avançados pelos economistas consultados pela Reuters, que previam que as vendas de casas novas, que correspondem a 9,5% do total de vendas nos EUA, cairiam para uma taxa de 750.000 unidades.
Relativamente aos preços médios das casas novas, terão subido 19,6% num ano, em abril de 2022 face ao mesmo mês do ano passado, para um valor recorde de 450.600 dólares (419.774 euros). Já o preço médio das casas na totalidade terá disparado 31,2%, para 570.300 dólares (531.286 euros), refere a agência de notícias.
Fed antecipa novas subidas das taxas de juro
Entre os motivos que ajudam a justificar o facto de se estarem a vender menos casas nos EUA está o facto da Fed já ter mexido nas taxas de juro: este mês, o banco central norte-americano anunciou a subida em 50 pontos base (p.b.), colocando-a entre os 0,75% e 1%. Um cenário que se deve repetir nos próximos tempos, com o Fed a apontar para mais duas subidas de 50 p.b. nos juros em junho e julho. Uma situação que fará com que possa haver um travão na procura por crédito habitação no país.
De acordo com o Jornal de Negócios, a maioria dos responsáveis da Fed apoia a continuação da subida dos juros diretores, apontando para um aumento na ordem dos 50 pontos base nas duas próximas reuniões de política monetária. Os juros, recorde-se, aumentaram em março 25 p.b. e, em maio, 50 p.b.
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