Complexos de apartamentos municipais da capital austríaca são um modelo que outras cidades continuam a tentar replicar.
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Gemeindebau
Karl Marx Hof, o mais famosos 'Gemeindebau' de Viena Foto: C.Stadler/Bwag, CC BY-SA 4.0, Wikimedia

A política habitacional de Viena, na Áustria, tem sido alvo de vários estudos e é frequentemente citada como um exemplo a ser seguido. Grande parte do parque habitacional é público – um modelo no qual trabalham há um século. Os ‘Gemeindebau’ são o “rosto” desta política.

Há 100 anos, Viena enfrentava uma crise habitacional. Em resposta, o governo social-democrata da altura procurou uma solução que as cidades modernas tentam imitar até aos dias de hoje: um programa de construção maciça de habitação pública, tal como explica a Bloomberg.

Os complexos de apartamentos municipais que construíram, conhecidos como ‘Gemeindebau’, trouxeram um volume de casas para o mercado nunca antes visto. E os resultados de longo prazo continuam a ser visíveis. 

Os ‘Gemeindebauten’ (plural de Gemeindebau’) eram projetos habitacionais municipais que surgiram depois da Primeira Guerra Mundial. Caracterizavam-se por ser grandes complexos, geralmente construídos em betão armado, tipicamente alinhados com as ruas.

Os pátios eram espaçosos o suficiente para servir como jardim combinado, instalações desportivas e praça pública, todos acessíveis e protegidos do barulho das ruas. “Em geral, as áreas partilhadas dentro dos superblocos eram de facto tão importantes quanto as casas individuais, refletindo a filosofia social da administração vienense”, lê-se ainda.

Diz a Bloomberg que Viena empregou quase 200 arquitetos para construir mais de 380 complexos ‘Gemeindebau’ entre as guerras, um boom de construção que criou 60.000 novos apartamentos municipais.

Estes apartamentos representam um grande legado. Além da mudança que trouxeram nas condições de vida, serviram de modelo para aquilo que Viena é até hoje. De acordo com a publicação, é um “unicórnio” entre as capitais europeias, isto é, uma cidade que, embora sob pressão, não experimentou crise galopantes de acesso à habitação. Quase 23% das famílias da capital vivem em casas públicas.

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