Para garantir a segurança do centro comercial é preciso fazer obras. Espera-se que a abertura do Stop seja para breve.
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Centro comercial Stop no Porto
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O Centro Comercial Stop, no Porto, precisa de um investimento de seis milhões de euros para que sejam asseguradas todas as condições de segurança para a continuação da comunidade musical no edifício, revelou o administrador do condomínio esta segunda-feira, dia 24 de julho.

Ferreira da Silva revelou o número no final de uma reunião com o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, para debater uma solução para o Stop, depois de na sexta-feira o autarca ter-se reunido com as associações representativas dos músicos desalojados do local pela Polícia Municipal.

Após revelar que o processo de licenciamento em curso é do condomínio e que este possui um orçamento de cerca de 190 mil euros - o documento apresentado na reunião com o autarca e que o município tornou público é de 2019 – o responsável precisou que esta verba “serve apenas para pagar as despesas”.

Sobre as obras necessárias, foi perentório: “As obras dificilmente serão feitas”, disse, divulgando logo de seguida que “o projeto de alteração implicava seis milhões de euros”. A solução, segundo Ferreira da Silva, passa por “outras condicionantes mais acessíveis” que não obriguem a gastos “sumptuosos”.

“O grande problema do Stop são ‘sprinklers’, uma ventoinha que há nos tetos para injetar água em caso de incêndio e, isso, estamos a falar de um investimento muito grande [para a sua instalação), divulgou o responsável do condomínio.

Neste contexto, admitiu, o “condomínio não tem outra solução se não aceitar” as condições da câmara.

“Acho bem. Esclareceram-se alguns pontos e aceitamos o que a câmara pretende para a abertura do centro. Da nossa parte não há nenhum inconveniente”, disse sobre a solução para o imóvel que aloja “cerca de 140 proprietários”, contabilizou.

 “Não há proposta nenhuma de compra do imóvel” da parte da câmara, sendo que o município “apenas mostrou interesse em resolver o assunto”.

O administrador afirmou-se “confiante” na reabertura em breve do Stop e que a exigida presença dos bombeiros, 12 horas por dia, à porta do centro comercial “pode implicar uma ou duas correções”.

Segurança do centro comercial Stop
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Administração do Stop e autarquia do Porto assina acordo para zelar pela segurança do edifício

Entretanto, a câmara divulgou os termos do acordo assinado esta segunda-feira com Ferreira da Silva e que comprometem a administração a “adotar e fazer adotar comportamentos de segurança e de medidas de autoproteção e mitigação do risco de incêndio”.

Respeitar e fazer respeitar o horário de 12 horas de funcionamento do Stop, zelar pela correta utilização da instalação elétrica e colaboração com o regimento de sapadores e com a câmara fazem também parte do termo de compromisso e responsabilidade assinado.

Em conferência de imprensa, na quarta-feira, o presidente da Câmara do Porto garantiu que não vai autorizar a construção de "nenhum hotel" no local do centro comercial e que a compra do edifício pela autarquia não é viável.

A Câmara do Porto começou por apresentar duas alternativas para o realojamento dos músicos, nomeadamente a escola Pires de Lima e os últimos andares do Silo Auto. Mas os músicos logo afirmaram que ambos os espaços “carecem de condições para albergar toda a comunidade do Stop”, não as considerando como uma solução para o seu realojamento.

Depois, a autarquia da Invicta avançou para a solução do regresso dos músicos ao centro comercial Stop com condicionantes, como a presença dos bombeiros no local, 12 horas por dias, exatamente o mesmo horário que o Stop poderá funcionar. 

Para voltar a abrir o Stop, a autarquia disponibiliza-se, assim, a investir em meios de segurança (mangueiras e agulhetas) e dar formação aos utilizadores do espaço para que, em caso de incêndio, saibam como agir, adiantou, em conferência de imprensa, Rui Moreira.

Até ao momento, não foi comunicada à autarquia a decisão dos músicos quanto ao acordo para reabrir temporariamente o Stop, onde há mais de 20 anos diversas frações são usadas como salas de ensaio ou estúdios.

Polémica no centro comercial Stop continua com retirada de selos colocados pela Polícia

Apesar dos recentes avanços, houve agora mais uma polémica ligada ao Stop. A Câmara do Porto vai participar um crime de desobediência ao Ministério Público depois de terem sido retirados 38 selos no centro comercial Stop, colocados há uma semana pela Polícia Municipal por "falta de licenças de utilização para funcionamento". 

Em declarações à agência Lusa, o vereador da Economia da Câmara do Porto, Ricardo Valente, afirmou que em 38 lojas do centro comercial Stop existem "selos quebrados" e que a Polícia Municipal está neste momento a proceder à selagem e a participar ao Ministério Público (MP) o crime de desobediência pública. O vereador considerou a quebra dos selos "uma falta de respeito" pelo esforço que tem sido feito pela autarquia para chegar a acordo com os músicos.

Contactado pela Lusa, o presidente da Associação Cultural de Músicos do Stop, Rui Guerra, disse não saber quem retirou os selos das lojas e que a situação, "que é muito grave", iria ser, entretanto, analisada.

Também o presidente da Alma Stop, Bruno Costa, disse desconhecer quem retirou os selos, mas ter a certeza de que nenhum músico iria retirar os selos para desobedecer à lei.

Depois do encerramento do centro comercial Stop na semana passada, quase 500 artistas e lojistas ficaram sem ter “para onde ir”. E centenas de músicos ocuparam durante cerca de cinco horas a Rua do Heroísmo em protesto, obrigando a polícia a desviar o trânsito automóvel para outras artérias da cidade. 

*Com Lusa

*Notícia atualizada dia 25 de julho às 15h40, com mais informação sobre a retirada de selos do centro comercial Stop

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