
O mercado imobiliário europeu de retalho de luxo continuou a dar sinais de resiliência em 2024, com a abertura de 83 novas lojas nas 20 principais ruas da Europa. Mas a oferta de lojas premium continua a ser um desafio, com taxas de disponibilidade abaixo de 5%, o que tem impulsionado o valor das rendas. É precisamente este o cenário que se observa na Avenida da Liberdade, em Lisboa.
O mais recente relatório European Luxury Retail 2025 da Cushman & Wakefield revela que, em 2024, abriram 83 novas lojas de luxo nas 20 principais artérias da Europa, localizadas em 16 cidades de 12 países (são menos inaugurações face às 107 registadas no ano anterior). E foi o segmento de moda e acessórios que representou quase metade das inaugurações, seguido das marcas de joalharia e relojoaria.
Em Portugal, a Avenida da Liberdade está em destaque, tendo atraído novas marcas de luxo em 2024, com um total de cinco novas aberturas. Entre elas está a inauguração de uma loja (190 m2) da marca de moda italiana Paul & Shark e a abertura da primeira flagship (400 m2) da marca de design de mobiliário italiano Molteni, referem em comunicado enviado às redações. As marcas de relojoaria também estiveram ativas nesta avenida ao longo do ano passado.
“A Avenida da Liberdade é o destino por excelência das marcas de luxo internacionais, e o facto de estar no prime CBD – onde se localizam as sedes das grandes empresas e hotéis de 5 estrelas – cria o habitat perfeito para estas marcas. Alguns edifícios têm boas fachadas e áreas que vão ao encontro dos requisitos das marcas, mas o grande desafio continua a ser o número de unidades disponíveis”, comenta Maria José Almeida, Associate e especialista em retalho de luxo da Cushman & Wakefield Portugal, citada no documento.

Falta de lojas de luxo continua a ser desafio – e dá gás a rendas
A ligeira redução no número de aberturas de lojas de luxo na Europa em 2024 face ao ano anterior “reflete não só um crescimento mais moderado das vendas no comércio de luxo, mas também a dificuldade das marcas em encontrar espaços adequados num quadro de quase total ocupação”, explica a consultora imobiliária.
Nas 20 principais ruas da Europa, as taxas de disponibilidade de espaços “diminuíram consideravelmente”, com 17 artérias a registarem menos de 5% e seis a não apresentarem qualquer espaço disponível para arrendar. Na Avenida da Liberdade, em Lisboa, a taxa de desocupação é de apenas 2%.
A escassez de oferta e o “desejo de concentração dos retalhistas num punhado de artérias” impulsionaram o crescimento das rendas nessas ruas em 3,6% em 2024 (3% em 2023). Aliás, um terço das ruas de luxo em toda a Europa atingiu rendas recorde em 2024, incluindo a Via Montenapoleone de Milão, que é agora o destino de retalho mais caro do mundo. No caso da Avenida da Liberdade, as rendas subiram mais de 9% desde o final de 2023.
"A preocupação dos retalhistas em ter os imóveis certos nas localizações certas significa que os espaços de comércio de luxo de primeira linha continuam a ser procurados”, comenta Rob Travers, Diretor de Retalho EMEA da Cushman & Wakefield. E, talvez por isso, é que estimam que as rendas nas luxuosas lojas de ruas aumentem, em média, 1-3% ao ano entre 2025 e 2028.
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