Vilamoura: futuro conhecido na próxima semana, com investimento de 600 milhões

O Master Plan (plano de urbanização) de Vilamoura será lançado oficialmente no próximo dia 8 de setembro, sendo que na cerimónia estarão presentes o ministro da Economia, António Pires de Lima, o secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, e o secretário de Estado Adjunto e da Economia, Leonardo Mathias. Em causa estará um investimento de cerca de 600 milhões de euros.  

Os novos proprietários do empreendimento do Algarve, o fundo norte-americano Lone Star – compraram-no ao Catalunya Banc, conforme noticiado pelo idealista/news –, vão comunicar às autoridades portuguesas e ao mercado o Master Plan com os seus projetos para o complexo da ex-Lusotur, cujos desenvolvimentos estiveram vários anos congelados enquanto estiveram nas mãos do banco espanhol.  

Segundo o Expresso, o mais significativo destes projetos é à Cidade Lacustre, junto à marina de Vilamoura. Com o plano de urbanização aprovado pela Câmara de Loulé em 1998, a Cidade Lacustre contemplava um megacomplexo turístico-imobiliário construído sobre a água, envolvendo lagos e canais navegáveis com ligação à marina e funcionando como a sua extensão.  

A Lone Star não deu, no entanto, luz verde ao projeto tal como estava previsto e já aprovado, considerando que, “apesar do seu carácter inovador, estava desde o início comprometido por questões de navegabilidade”. “O projeto original obrigava a remover os barcos com guindastes entre a marina e a proposta Cidade Lacustre, e o seu design requeria também a construção de lagos e canais artificiais, gerando um peso no ambiente injustificado”, consideram os novos proprietários.

Por outro lado, os custos eram elevados. Só a estimativa de custos da infraestrutura da Cidade Lacustre, antes da construção do imobiliário propriamente dito, ascendia a 100 milhões de euros, o que tornaria o projeto inviável, escreve a publicação.

Cidade Lacustre passa a ser Vilamoura Lakes

Na nova proposta para Vilamoura, que será apresentada a 8 de setembro, o projeto Cidade Lacustre surge com um novo nome: Vilamoura Lakes. Vai envolver investimentos globais de 600 milhões de euros, estende-se por 168 hectares e a sua área de construção é de 315 mil m2. De acordo com o Expresso, contempla, como no projeto original, áreas residenciais (1.900 unidades), comerciais e hoteleiras (3.600 camas turísticas). A construção será em torno da água.  

Paul Taylor, presidente-executivo do Vilamoura World, entidade que é agora promotora do empreendimento do Algarve, revelou que o objetivo dos proprietários é procurar investidores. “O novo Master Plan deverá estar finalizado e aprovado até final de 2017 e o início da construção, por fases, está agendado para 2018”, adiantou.

Os novos proprietários consideram que a reformulação do projeto da ex-Cidade Lacustre vai também envolver “um novo modelo de urbanização” que mexe com todo o produto imobiliário. “[O projeto estava] focado num estilo urbano com um modelo de ocupação que inevitavelmente iria criar uma paisagem monótona e repetitiva, oferecendo pouca variedade [e que] não iria gerar valor no atual mercado turístico e imobiliário”.

No futuro projeto, “os espetaculares canais de água irão articular-se com a caracterização do produto turístico e imobiliário” e “as margens do rio serão naturalizadas com pedras que estabilizam a vegetação nativa, ao mesmo tempo que marcam a fronteira com a paisagem urbana”, frisou Paul Taylor, salientando que “a marina é o coração de Vilamoura”. “Acreditamos que aumentar a sua qualidade e oferta disponível vai atrair ainda mais investimento”, assegurou.