Antigo Matadouro do Porto vai “renascer das cinzas” com investimento de dez milhões

O projeto para o antigo Matadouro Municipal do Porto, localizado na Campanhã, foi apresentado internacionalmente em vídeo na quinta-feira (dia 14) em Milão, Itália, durante a 21ª Trienal de Artes, Design e Arquitetura. A obra deverá ficar pronta a meio do próximo mandato, mas os concursos e procedimentos necessários para a sua concretização vão acontecer neste mandato. O custo estimado ronda 10 milhões de euros.

O antigo Matadouro – um complexo com 29.000 m2 de terreno e que se encontra abandonado há décadas – irá comportar uma “Área de Empresas Criativas e Tecnológicas” nacionais e internacionais, o “Museu da Indústria”, com um polo central e outro disseminado por vários espaços, uma valência dedicada à “Arte e Comunidade”, coordenada por agentes multidisciplinares que desenvolvam práticas em áreas sociais e artísticas, em articulação com o tecido social de Campanhã.

De acordo com o site Porto.pt., o futuro espaço terá também a valência de “Reserva de Arte Contemporânea”, dando resposta a necessidades de espaço de reserva por parte de colecionadores e artistas do Porto. Está ainda prevista a existência de uma “Nave-multiusos” preparada para acolher vários tipos de eventos e de um “Laboratório de Gastronomia”.

O projeto de arquitetura para a reconversão do antigo Matadouro Municipal do Porto é da responsabilidade da sociedade Garcia & Albuquerque, Arquitetos.

Projeto despertou muito interesse

A apresentação do projeto encheu a Biblioteca del Progetto, o que permite concluir que captou a atenção internacional. Coube a Guilherme Blanc, adjunto de Rui Moreira – presidente da Câmara Municipal do Porto – para a Cultura, explicar as diferentes componentes que farão do Matadouro “o projeto estrutural” capaz de sintetizar os três pilares onde assenta a política do atual executivo: cultura, economia e coesão social, escreve a publicação.

“Tal como aconteceu no centro histórico, em que a reabilitação urbana começou em 2005, 2006, e só hoje começa a ser visível, é preciso pensar que estamos a falar num projeto que tem de ter continuidade e que, seguramente, demorará dez a vinte anos até poder ter um impacto verdadeiramente transformador de uma zona que está muito debilitada e que tem sido postergada pelos poderes públicos”, disse Rui Moreira, citado pela TSF.