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A importância do trabalho dos arquitetos na decoração
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Onde começa e acaba o trabalho do arquiteto? E qual é a sua real importância no universo da decoração? No artigo desta semana da rubrica semanal do idealista/news dedicada à arquitetura e decoração e assegurada pela Architect Your Home ajudamos a perceber o quão importante e útil pode ser a ajuda de um arquiteto quando queremos dar uma “nova vida” à casa.

“Olhe a sua volta. Ainda acha que não precisa de um arquiteto?” Este foi o mote utilizado para uma campanha de sensibilização para o papel dos arquitetos na qualidade de vida dos espaços e dos que o habitam (Ordem dos Arquitetos).

Não se pode identificar se um espaço é de qualidade ou não pela sua aparência, pelos materiais empregues ou pela composição da sua fachada. Os espaços mais conhecidos pela sua qualidade foram determinantes de uma época e de uma sociedade em que foram produzidos/projetados, adequando o programa às necessidades sentidas.

“Qualidade é adequação à cultura, aos usos e costumes de cada época, ao ambiente no qual a obra se insere, à evolução científica, tecnológica e estética, à satisfação das necessidades económicas e fisiológicas e direcionada à razão e à emoção do homem” (Zanetti - Arquitetura, razão e sensibilidade).

A qualidade de um espaço mede-se pela sua adequação ao tempo em que é projetado. Os apartamentos desenhados durante século XX eram diferentes dos que atualmente projetamos, pensamos e adequamos às necessidades dos clientes. “A boa vida propõe ao leitor visitar as casas que o século XX deixou como herança...A boa vida convida a viajar com a fantasia, não apenas para celebrar a diversidade das casas dos século XX, mas também para estimular o prazer de pensar, projetar ou habitar intensamente para impulsionar o surgimento de uma casa que ainda não existe” (A boa-vida – Iñaki Ábalos).

A importância do trabalho dos arquitetos na decoração

Casa Arpel – Cinema e Arquitetura filme (Mon Oncle de Jacques Tati) –, filme que resume a arquitetura e a cidade de meados do século XX.

O trabalho do arquiteto hoje em dia é fruto não só da legislação existente (e exigente), que orienta os projetos no sentido do conforto (térmico e acústico), da salubridade dos espaços (orientação solar, ventos, áreas mínimas e máximas, etc.), da acessibilidade e segurança, bem como novos aspetos de preocupação técnica e de sustentabilidade e integração no meio ambiente. É importante ter a certificação de qualidade do ar dos espaços, o certificado do correto funcionamento de todas as instalações, a ficha técnica de habitação (para defender os direitos e os interesses económicos dos consumidores). São importantes todos os aspetos quantitativos da edificação e das suas qualidades materiais.

No entanto, a qualidade da arquitetura mede-se com todos os fatores que Zaneti enumerava e ainda outros para os quais não existem programas ou certificações que permitam comparações. São fatores que muitas vezes ficam para trás face aos problemas da construção civil, ao galopante sentido de investimento e ao tão evocado fator económico. São os fatores que nos emocionam, que criam sensações e que apelam aos nossos sentidos. Os projetos hoje em dia são desenvolvidos no âmbito do ante projeto, compatibilizando com os projetos das especialidades e com o cuidado de não sair fora da estimativa de custo já definidas.

E a verdadeira definição de arquitetura? Qual o espaço que fica para a definição – “arte de projetar e construir edifícios”. Onde está o lugar para a arte no meio de tanta exigência de legislação, certificação de cumprimento de metas económicas e temporais? Onde fica a expressão estética, ética e artística? Corbusier dizia: “A arquitetura é um objeto de arte”.

A importância do trabalho dos arquitetos na decoração

Stahl House – uma das casas mais visitadas e um dos projetos de arquitetura mais icónicos. Conhecida como Case Study House #22, do arquiteto Pierre Koenig, finalizada em 1959.

“A conceção arquitetónica não é mais do que um elemento menor de um processo onde comparecem outras vontades, notadamente das organizações, dos burocratas e do cliente” (Steven Holl - L’architecture en question).

De facto: ”Olhe a sua volta. Ainda acha que não precisa de um arquiteto?”

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