
O Santander, considerando que tem uma elevada exposição elevada ao setor imobiliário, decidiu vender a participação maioritária (51%) com que ficou na carteira imobiliária do Popular, que acaba de comprar. Depois de vários candidatos se terem apresentado na corrida, o Santander está agora a negociar com os americanos da Blackstone, cuja oferta suplantou as propostas apresentadas pela Apollo e pela Lone Star.
O banco liderado por Ana Botín comprou o Banco Popular por um euro no início de junho e pouco depois fez saber que tem como objetivo arrecadar 5 mil milhões de euros com uma parceria onde fiquem alojados os ativos imobiliários que pertenciam à instituição financeira que adquiriu.
Em comunicado enviado ao regulador do mercado espanhol de capitais, o Popular indicou que "tem recebido nos últimos dias ofertas vinculativas distintas de vários investidores interessados na compra de participação maioritária do conjunto de ativos adjudicados e de crédito duvidoso, derivados principalmente do financiamento de atividades imobiliárias".
É ainda esclarecido que, após o cumprimento das restrições em matéria de concorrência derivadas da compra do Popular, "foi concedido um período de exclusividade à Blackstone para a continuação das negociações".
Segundo o Expansión, o director executivo do Santander, José Antonio Álvarez, deu a entender, durante a última apresentação de resultados, que era provável que o grupo cedesse o controlo sobre a carteira de imobiliário de uma forma rápida e em bloco. Apesar de reconhecer que poderia ser mais vantajoso alienar esta carteira no futuro, aquando de uma recuperação deste mercado, o responsável reconheceu que o Santander prefere receber menos e alienar mais rapidamente estes ativos.
"É possível que deixemos algum dinheiro na mesa, mas a nossa exposição imobiliária é demasiado alta. Se for possível, queremos reduzi-la muito rapidamente", afirmou, citado pelo jornal. "A opção que considero mais provável é a venda de 51% da carteira. Estou confiante que poderemos vender os activos [a preços] ao nível de mercado ou mesmo por um valor acima", acrescentou. O valor líquido da carteira imobiliária do Popular é de 9.700 milhões depois dos ajustes aplicados pelo Santander, escreve o jornal.
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