O preço das casas continua a subir um pouco por toda a zona euro – um cenário que está a deixar Bruxelas em alerta. O Banco Central Europeu (BCE) veio reforçar os avisos e diz que é preciso apertar a vigilância no crédito à habitação. Em Portugal, onde os valores mais aceleraram, já foram impostas novas regras.
A instituição liderada por Mario Draghi, citada pelo Dinheiro Vivo, especificou que “os resultados das avaliações mostram que em nenhum país existem atualmente práticas de alto risco no crédito à habitação”, mas frisou que “existem focos de vulnerabilidade que requerem mais escrutínio”.
De recordar que os preços das casas subiram 4,5% na zona euro no primeiro trimestre do ano, em relação ao mesmo período do ano anterior. Portugal é um dos países com maior subida nos preços – o aumento foi de 12,2%.
Taxa variável pode aumentar incumprimento
Mas há outros riscos identificados pelo BCE. Entre eles está o regresso à zona da euro dos créditos com taxa variável. Depois de 2007 que os bancos começaram a cortar nesse tipo de empréstimos, apostando nos juros fixos, no entanto, o BCE nota que desde o início de 2017 “a proporção de empréstimos a taxa variável subiu novamente para 21% em abril de 2018”.
O BCE avisou ainda que tal situação “pode levar a uma deterioração da capacidade de serviço de dívida”, pelo que “a dívida elevada das famílias, como se observa em alguns países da zona euro, pode aumentar ainda mais a probabilidade de entradas em incumprimento”.
A instituição quer evitar os erros do passado e pede maior atenção, referindo “que existem algumas indicações de que os critérios do crédito estão a aliviar”. “Em média os bancos estão a financiar um montante ligeiramente maior em relação ao valor da casa”, lembrou na nota publicada.
Novas regras em vigor em Portugal
De recordar que as regras do Banco de Portugal (BdP), que visam pôr um travão à concessão de crédito à habitação e ao consumo, entraram em vigor a 1 de julho. As recomendações foram anunciadas pelo regulador a 1 de fevereiro e estabelecem que as famílias só podem gastar metade do seu rendimento com empréstimos bancários.
O objetivo do supervisor é simples: impedir que os bancos assumam riscos excessivos na concessão de novos créditos e fazer com que os clientes tenham capacidade para pagar as suas dívidas.
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