Viver em segurança é importante para ter uma vida confortável e feliz. E Portugal nesta matéria é um vencedor: foi considerado o segundo país mais seguro da União Europeia e o quarto mais seguro do mundo pela Institute for Economics & Peace em 2021. A proteção e segurança social existem e o número de furtos em casas e negócios tem vindo a diminuir. E, depois, houve também uma valorização dos sistemas de segurança que permitem travar estes crimes. Além disso, “ao longo do tempo, o conceito de segurança amplificou-se e as pessoas querem cada vez mais sentir-se confortáveis e seguras no lar, na empresa e em qualquer lugar em que estejam”, diz Bernardo Ferreira, diretor de marketing cliente da Securitas Direct Portugal, em entrevista ao idealista/news. Mas como tem evoluído a perceção da segurança em Portugal?
Tudo mudou em 20 anos. Para melhor. A segurança do país tem vindo a ser reforçada e há vários indicadores que provam isso mesmo. Em 2001, Portugal registava 372 mil situações de crime por furto e violência doméstica. E em 2020 foram registadas 298 mil incidências, espelhando uma redução na ordem dos 20% deste tipo de crimes em território nacional. Os dados são da Direção-Geral da Política de Justiça (DGPJ) e do Ministério da Justiça e mostram também que o número de furtos em casas diminuiu 56% neste período, tendo atingido os 9.168. E os furtos em edifícios comerciais ou industriais também caiu de 16.845 em 2001 para 7.188 no ano passado (-57%).
"A sociedade valoriza a proteção integral, em qualquer lugar ou momento"
Este tipo de crimes reduziu para metade nas últimas duas décadas. E para Bernardo Ferreira esta “evolução significativa deve-se a vários fatores sociais, económicos e de segurança interna, mas também ao aumento da presença de alarmes nas casas e negócios das pessoas, pois é com essa proteção adicional que ajudamos a contribuir para o decréscimo destes números e para uma maior segurança em todo o país”.
A verdade é que “nos últimos anos temos assistido a uma mudança na perceção de segurança pelos portugueses”, refere o responsável. “No passado, as pessoas sentiam a necessidade de proteger os seus bens materiais, o interior dos seus negócios ou as suas casas quando estavam vazias. Mas ao longo do tempo, o conceito de segurança amplificou-se e as pessoas querem cada vez mais sentir-se confortáveis e seguras no lar, na empresa e em qualquer lugar em que estejam. A sociedade valoriza a proteção integral, em qualquer lugar ou momento”, adianta.
Casas e negócios mais ou menos seguros em 2020?
A segurança tem vindo a aumentar a olhos vistos em Portugal. E durante a pandemia? Houve mais ou menos roubos nas habitações e negócios? O tempo passado em casa aumentou para muitas famílias – é certo. Mas houve muitas casas de férias, por exemplo, que passaram a ser menos frequentadas e muitos negócios a fechar portas ainda que provisoriamente.
Os dados da DGPJ publicados pela PORDATA revelam que houve uma diminuição do número de furtos em Portugal entre 2019 e 2020. No caso das casas, observou-se uma redução na ordem dos 16%, tendo atingido os 9.168 crimes em 2020. Já no caso dos espaços comerciais e negócios, esta queda é bem menor - de apenas 1,9%, tendo sido registados 7.188 furtos.
Quais são, afinal, as casas e negócios que têm mais tendência de serem assaltados? No segmento dos particulares, as vivendas e moradias representam a esmagadora maioria das incidências, com nove em cada 10 casos. Já os apartamentos representam apenas 10%, de acordo com o barómetro da Securitas Direct de 2020. A nível empresarial, os pequenos negócios – lojas e restaurantes – registaram cerca de seis em cada 10 tentativas (59%) de roubo ou intrusão enquanto os escritórios e empresas registaram 29% das incidências e as naves industriais e oficinas apenas 12%.
Quais os distritos mais seguros de Portugal? E menos?
A segurança é um fator importante a considerar na hora de comprar ou arrendar casa. Portugal é um país seguro, é certo, mas a segurança varia entre os vários distritos. Segundo o Barómetro de Segurança 2020 da Securitas Direct, Guarda (0,36%), Santarém (0,51%) e Bragança (0,52%) são os três distritos mais seguros do país, pois registaram as taxas de incidência mais baixas de todas. A completar o top cinco estão Évora (0,62%) e Viseu (0,65%)
Do lado oposto da tabela encontram-se Beja, Portalegre e Leiria. Estes são mesmo os distritos que apresentam maiores taxas de tentativas de intrusão em clientes residenciais e de negócios, com 1,05%, 0,93% e 0,85%, respetivamente, revela Bernardo Ferreira. Estes são, portanto, os distritos menos seguros em território nacional.
O que fazer para proteger a casa?
Para evitar ter surpresas desagradáveis em casa, o melhor mesmo é reforçar a segurança. E isto é especialmente importante na reta final do ano, até porque o número de assaltos e tentativas de roubo tende a aumentar no último trimestre do ano, segundo concluiu a Securitas Direct. E isto acontece porque há mais casas de vazias devido às deslocações na época do Natal e Ano Novo. Bernardo Ferreira não tem dúvidas: “Para os assaltantes, uma casa desocupada é uma casa desprotegida”.
É por isso que os “proprietários devem procurar aumentar a segurança das suas casas, através da adoção de hábitos de segurança e de uma combinação de elementos dissuasores, físicos [fechaduras, portas blindadas, barras] e eletrónicos [como alarmes, cortinas de fumo]”, sublinha, deixando alguns conselhos a adotar em caso de ausência:
- Não deixar as janelas abertas (muito importante verificar se todas as entradas da casa estão completamente fechadas);
- Verificar o estado das fechaduras (que tendem a deteriorar-se com o tempo);
- Fechar sempre a porta à chave;
- Não publicar informações das férias nas redes sociais (evitando dar pistas sobre viagens e ausências a potenciais ladrões);
- Não deixar objetos de valor visíveis do exterior da casa (pois um objeto de alto custo visível do exterior da casa pode aumentar a tentação dos ladrões);
- Manter uma aparência de casa habitada (o ideal será ter um sistema automatizado que acenda e apague as luzes durante o dia e a noite);
- Desviar as chamadas do telefone fixo para o telemóvel;
- Assegurar a iluminação exterior durante a noite, através de algum ponto de luz externa;
- Ligar o sistema de alarme ou de videovigilância (ou em alternativa, pedir a alguém próximo para visitar a casa na ausência dos proprietários).
Note-se que também se verificam “muitos assaltos com a casa habitada”, alerta o responsável de marketing da Securitas Direct. Nestes casos, se houver um sistema de alarme, recomenda-se “o seu uso em modo parcial, que permite que o alarme esteja ligado em algumas partes da habitação mesmo enquanto se está no interior da mesma, aumentando assim o nível de proteção”, aconselha.
Sistemas de alarme em casa – o que mudou em 20 anos?
“O alarme está a converter-se numa 'commodity'”, admite Bernardo Ferreira. “Da mesma forma que as pessoas têm internet em casa, os alarmes estão a tornar-se uma peça fundamental no lar dos portugueses. Por este motivo, a procura de sistemas de alarmes tem vindo a aumentar em Portugal”, revela.
A evolução tecnológica dos sistemas de segurança ao longo dos anos também veio influenciar esta tendência. “Primeiro, porque começaram a valorizar mais a tecnologia de segurança para as suas casas e negócios. E segundo, porque essa tecnologia foi sendo cada vez mais eficaz e abrangente”, conta.
"Os atuais sistemas de alarmes aliam a segurança ao conforto e ao bem-estar"
“Em termos tecnológicos, os sistemas de alarmes evoluíram muito. Inicialmente o alarme servia para afugentar o intruso através de sistemas de ruído e eram baseados em sistemas de cabulagem, com uma consequente redução ao nível do aspeto estético. Mas os atuais sistemas de alarmes aliam a segurança ao conforto e ao bem-estar porque, associados à segurança, são agora as principais exigências de um cliente”, explica.
Os sistemas de alarme mais recentes recorrem à inteligência artificial, permitem ter acesso direto às câmaras de vigilância através de uma aplicação móvel e ainda permitem afugentar os intrusos através de um dispositivo com efeito dissuasor (ao detetar o movimento, liga um holofote, por exemplo).
Mas qual será o sistema de segurança ideal para ter em casa? “O sistema de segurança ideal é o que combina elementos físicos com elementos eletrónicos. Os elementos físicos são todos aqueles que fazem o intruso investir tempo para aceder à casa ou empresa e também o obrigam a fazer barulho para derrubar estas barreiras, deixando-o mais exposto, tais como barras, fechaduras, portas blindadas. Os elementos eletrónicos são, sobretudo, dissuasores e, caso o intruso decida aceder à propriedade, forçam-no a abandoná-la”, conclui Bernardo Ferreira.
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