Banco contesta conversão dos 160 milhões de euros em VMOC em capital da Promovalor e da Inland, e exige pagamento das dívidas.
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Luís Filipe Vieira
Ex-presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira wikimedia_commons

Há um novo capítulo na história das dívidas de Luís Filipe Vieira e o Novobanco, que se tornou acionista maioritário da Promovalor e da Inland no ano passado. Acontece que a instituição financeira ainda não consolidou as duas imobiliárias do ex-presidente do Benfica no seu balanço, porque avalia em zero euros os 160 milhões de euros de valores mobiliários obrigatoriamente convertíveis (VMOC) das empresas.

O banco, segundo informa no relatório e contas divulgado na semana passada, decidiu contestar a operação de conversão dos VMOC em capital da Promovalor e da Inland, ocorrida em dezembro de 2021, “tendo endereçado, às sociedades emitentes destes títulos [a Promovalor e a Inland], cartas de interpelação para procederem ao pagamento dos valores em dívida”.

Conforme explica no relatório e contas citado pelo ECO, a instituição admite que os montantes de ativos a reconhecer nas suas contas com um “eventual processo de consolidação poderiam ascender a 2,4 milhões de euros”.

Novobanco rejeitava conversão dos VMOC da Promovalor e Inland 

Contudo, o Novobanco diz não dispor de informação suficiente “que permita determinar com rigor o valor do goodwill nas demonstrações financeiras de 31 de dezembro de 2021”, razão pela qual continua a registar no seu balanço, “de forma provisória”, o justo valor dos VMOC , isto enquanto se encontra dentro daquilo que chama de “período de mensuração” do valor dos ativos.

 

contas do novobanco
Foto de Olya Kobruseva en Pexels

O período de mensuração terminará quando o banco “esclarecer todos os factos e circunstâncias relacionados com a eventual conversão dos VMOC, sobre a eventual necessidade de reconhecer ativos e passivos e ser capaz de mensurar o goodwill”, adianta o Novobanco, revelando que este processo não excederá o prazo de um ano.

Nem o banco nem o Fundo de Resolução queriam a conversão dos VMOC da Promovalor e Inland. A instituição financeira, recorda ainda o jornal online, tentou negociar com ex-presidente do Benfica o prolongamento do prazo dos títulos e o fundo alertou para o facto de o Novobanco vir a ser acionista de duas empresas com capitais próprios negativos de 200 milhões de euros. Isso “implicará a consolidação dessas entidades no balanço do Novobanco, o que provoca um impacto negativo na posição de capital” da instituição financeira, avisou o Fundo de Resolução.

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