
Em 2021, em plena pandemia, a riqueza no mundo cresceu 9,8%, estando, no entanto, cada vez mais concentrada em poucas pessoas. Esta é uma realidade que, de certa forma, também se verifica em Portugal, que viu o número de milionários – pessoas com um património avaliado acima de um milhão de dólares no final do ano passado – diminuir face a 2020: cerca de 159 mil portugueses encontravam-se neste “grupo”, integrando o restrito clube de 62 milhões de milionários em todo o mundo, menos 10 mil (cerca de 6%) que no ano anterior. Esta é uma das conclusões a retirar do Global Wealth Report 2022, do Credit Suisse, divulgado esta terça-feira (20 de setembro de 2022).
Para se ter uma ideia, há em Portugal muito menos milionários que, por exemplo, em Espanha (1,13 milhões), Itália (1,43 milhões), Alemanha (2,68 milhões) e França (2,79 milhões). A liderar a lista encontram-se os EUA (24,48 milhões), a larga distância da China (6,19 milhões).
Segundo a Lusa, que se apoia no estudo, a riqueza no mundo cresceu 9,8% em 2021, mas está cada vez mais concentrada em poucos, já que quase metade do dinheiro está nas mãos de 01% das pessoas. No final do ano passado, a riqueza global somava 465 biliões de euros, sendo que 45,6% dos quais eram propriedade de 01% das pessoas, um valor 1,7% superior ao verificado em 2020.
De referir, ainda, que o aumento da riqueza concentrou-se em apenas dois países: os EUA representam metade do total e a China um quarto. O resto do mundo repartiu os restantes 25% do “bolo”.
De acordo com o relatório, o aumento de 9,8% da riqueza num ano já está, no entanto, a ser corrigido pelas taxas de câmbio atuais, mas sem esse fator o crescimento chegaria aos 12,7%, o que representa a taxa anual de crescimento mais rápida já registada.
Os analistas citados no estudo consideram que as projeções a cinco anos são positivas e esperam que a riqueza global de cada adulto aumente, em média, 28% até 2026, ultrapassando a fasquia dos 100 mil euros daqui a dois anos.
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