
A subida da taxa de inflação e o aumento dos custos relacionados com a compra de casa levaram os preços da habitação a uma trajetória de queda acentuada em todo o mundo, mas um dos países onde essa tendência está a manifestar-se de forma mais rápida é a Suécia. Depois de um boom imobiliário de décadas alimentado por crédito habitação barato, escassez de oferta e empréstimos apenas com juros, a maior economia da região nórdica está agora a atravessar uma forte contração do mercado imobiliário, que ameaça aprofundar uma crise económica iminente, a maior entre os Estados-Membros da União Europeia (UE).
Segundo a Bloomberg, os preços das casas caíram até 12% desde o pico no início deste ano, quando ajustados para variações sazonais - ou até 15% em termos nominais. A queda está a acontecer tão rapidamente que pode superar, em termos reais, os 20% previstos pelos analistas.
O mercado está a passar por “uma mudança dramática”, disse Annika Winsth, economista-chefe do Nordea Bank Abp, citada pela publicação.
O aumento dos custos de vida e a queda dos preços das casas está a fazer com que os consumidores controlem mais os seus gastos/despesas, o que, por sua vez, está a criar ainda mais problemas económicos. A Suécia corre agora o risco de cair na pior recessão entre as 27 economias que compõem a UE, alerta a Bloomberg.
A mesma fonte adianta, ainda, que os profissionais do setor imobiliário estão a adaptar-se a este novo contexto. Em Estocolmo (capital da Suécia), onde no mercado de arrendamento regulado os candidatos às vezes precisam de esperar até dez anos para conseguir um apartamento - levando muitos possíveis inquilinos a optar por comprar casa em vez de arrendar -, os negócios sofreram uma redução considerável.
Isso mesmo confirmou a consultora imobiliária Emma Holst, alertando que os negócios diminuíram consideravelmente. "Já não se vende todas as propriedades após a primeira visita, como costumava ser”, referiu.
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