Com as poupanças a render mais nos depósitos a prazo, há também mais famílias a colocar mais dinheiro no banco, apurou o BdP.
Comentários: 0
Depósitos a prazo a render
Foto de Andrea Piacquadio no Pexels

Nos últimos três anos, colocar as poupanças num depósito a prazo pouco ou nada rendia. Mas este cenário está a mudar, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter subido as taxas diretoras em 250 pontos base. Agora, os depósitos a prazo estão a render 0,35% em Portugal, a taxa mais elevada desde dezembro de 2016, aponta o Banco de Portugal (BdP). Com as poupanças a render mais, há também cada vez mais famílias a colocar mais dinheiro no banco.  

Com as sucessivas subidas dos juros diretores pelo regulador europeu, as poupanças das famílias começaram a render mais em Portugal. Na Zona Euro, a taxa do BCE aplicada à facilidade permanente de depósitos foi subindo ao longo de 2022, fixando-se em 2,00% no final de dezembro. Esta evolução passou a refletir-se nas taxas de juro aplicadas aos depósitos a prazo em toda a Europa – e Portugal não foi exceção.

A trajetória da subida dos juros nos depósitos a prazo em Portugal arrancou em outubro – um pouco mais tarde do que outros países europeus. Depois de ter passado cerca de três anos abaixo de 0,1%, a taxa de juro nos depósitos a prazo no nosso país passou para 0,24% em outubro, o valor mais elevado desde novembro de 2017. E em novembro voltou a subir para 0,35%, a taxa máxima desde dezembro de 2016, destaca o regulador português no boletim esta quarta-feira publicado.

Já a taxa de juro média nos depósitos a prazo até 1 ano é ligeiramente mais baixa, sendo remunerados a 0,31%. E, por outro lado, o BdP dá conta que “a remuneração média dos novos depósitos a prazo até 1 ano constituídos pelos particulares continuou a afastar-se da média da área do euro: 0,13 pontos percentuais em junho, 0,60 em outubro e 0,81 em novembro”.

Há mais poupanças nos depósitos a prazo em Portugal

Com o dinheiro a render mais no banco, há também cada vez mais famílias a proteger as suas poupanças da inflação nos depósitos a prazo. Isto porque, num momento em que a inflação está a pressionar o rendimento das famílias, qualquer fonte de rendimento extra é bem-vinda.

Os dados do regulador português mostram isso mesmo: “Em novembro, o montante de novos depósitos a prazo de particulares foi de 4.871 milhões de euros, remunerados a uma taxa de juro média de 0,35%”. E, deste montante, 88% foram aplicados em depósitos a prazo até 1 ano.

O montante dos novos depósitos a prazo das famílias apurado em novembro subiu 3% face a outubro e 25% face a setembro de 2022. E comparando com novembro de 2021 – quando acumulou 3.497 milhões de euros -, as poupanças depositadas são 39% superiores. Aliás, é preciso recuar até julho de 2019 para encontrar um montante aplicado nos depósitos a prazo tão elevado quanto o registado em novembro de 2022.

Ver comentários (0) / Comentar

Para poder comentar deves entrar na tua conta