Pela primeira vez desde maio de 2021, os custos de mão de obra foram superiores aos dos materiais: 12,4% e 10,4%, respetivamente.
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Custos de construção de casas novas estão a subir em Portugal
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Construir uma casa está cada vez mais caro em Portugal. Em janeiro de 2023, os custos de construção de habitação nova aumentaram 11,2% em termos homólogos, mais 0,3 pontos percentuais (p.p) do que no mês anterior (10,9%) e mais 2,1 p.p. (9,1%) que no mesmo mês do ano anterior, segundo estimativas do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgadas esta quinta-feira (9 de março de 2023).

Destaque para o facto de, pela primeira vez em muito tempo, desde maio de 2021, os custos de mão de obra terem sido superiores aos dos materiais: 12,4% e 10,4% em termos homólogos, respetivamente. Uma situação que se deve ao aumento do salário mínimo.  


“Em janeiro de 2023, a variação homóloga do Índice de Custos de Construção de Habitação Nova (ICCHN) situou-se em 11,2%, taxa superior em 0,3 p.p. à observada em dezembro de 2022. Os preços dos materiais aumentaram 10,4%, desacelerando 3,7 p.p. face ao mês anterior e o custo da mão de obra aumentou 12,4% (6,7% em dezembro de 2022). Note-se que o significativo aumento do custo de mão de obra não pode ser dissociado do aumento do salário mínimo (7,8%) em janeiro de 2023”, lê-se no boletim do INE

De referir que o custo dos materiais contribuiu com 6,0 p.p. para a formação da taxa de variação homóloga do ICCHN (8,0 p.p. em dezembro de 2022) e a componente mão de obra com 5,2 p.p. (2,9 p.p. no mês anterior). 

“Entre os materiais que mais influenciaram esta variação estão o cimento, com um crescimento homólogo do preço de cerca de 30%, as madeiras e derivados de madeira, com variações superiores a 20%, e o betão pronto, com um crescimento perto dos 20%”, refere o gabinete de estatística.

Custos de construção sobem também face a dezembro

Relativamente à taxa de variação mensal do ICCHN, foi de 1,4% em janeiro, com o custo dos materiais a manter-se e o custo da mão de obra a aumentar 3,5%.

Segundo o INE, as componentes materiais e mão de obra contribuíram com 0,0 p.p. e 1,4 p.p., respetivamente, para a formação da taxa de variação mensal do ICCHN (-0,2 p.p. e 0,1 p.p. em dezembro de 2022, pela mesma ordem).

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