
Após o ano histórico de 2022, com Portugal na 4ª posição de melhor performance no contexto europeu e o volume de absorção a atingir o pico, a procura de escritórios parece manter-se resiliente aos fatores externos adversos, mas com um “arranque gradual e ponderado”, segundo a Worx.
De acordo com a consultora, no 1º trimestre de 2023, foi registado um volume de absorção de 20.300 metros quadrados (m2) de espaços de escritórios na Grande Lisboa, distribuído por 42 operações
“Excluindo a própria ocupação da Fidelidade com 28.000 m2 na sua futura sede contabilizada no 1º trimestre do ano passado – situação que este ano não teve semelhança nos primeiros 3 meses –, a procura encontra-se 44% abaixo de 2022, após o volume histórico de 64.200 m2 no período homólogo”, lê-se ainda.
O que esperar de 2023?
De acordo com a Worx, no mercado continuam a registar-se diversas novas procuras de empresas que se estão a instalar em Portugal pela primeira vez, “o que associado à crescente absorção de espaços dos operadores de flex office, irão caracterizar a dinâmica ocupacional no mercado de escritórios de Lisboa em 2023”.
A consultora antecipa ainda “que as forças macroeconómicas venham também a impactar o mercado de escritórios nos próximos anos, contudo, com um desfasamento temporal e um impacto reduzido face a outros sectores, dada a resiliência histórica do setor de escritórios e a atratividade da capital no contexto internacional”.

A taxa de desocupação poderá aumentar em 2023, mas “não de forma substancial”, uma vez que 95% dos espaços a ser concluídos nesse ano estão já pré-arrendados e se espera que a procura continue acima da média dos últimos cinco anos. “Os principais projetos em pipeline, inclusivamente os especulativos, continuam a avançar com grande urgência para dar resposta a uma procura robusta, sobretudo nas localizações mais centrais da cidade”, frisa.
A taxa de desocupação deverá assim apresentar um comportamento caracterizado por uma dinâmica a duas velocidades – reduzida disponibilidade nas zonas mais centrais de Lisboa e em edifícios novos/remodelados, e níveis mais elevados de desocupação em zonas periféricas, sem acesso a metro e em que o parque de escritórios esteja mais desatualizado face aos atuais requisitos das empresas.
“É evidente uma certa desacelaração da procura por parte das empresas – já desde o último trimestre de 2022 –, contudo, não nos parece caso para alarmismos, pois o fluxo de procura mantém-se estável, com empresas nacionais e internacionais de vários setores de atividade a procurar novos espaços de trabalho, mais adaptados às necessidades dos seus trabalhadores. Essa sim, uma clara tendência para os próximos anos: a evolução dos espaços de trabalho para instrumentos de atração e retenção, em vez de servirem somente como sites de operação/produção”, salienta Bernardo Zammit e Vasconcelos, Head of Agency da Worx.
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