
Depois do período pandémico voltado para o teletrabalho, as empresas e os trabalhadores estão a regressar aos escritórios em força. Este movimento leva mais empresas a arrendar espaços para instalarem os seus escritórios. É isso mesmo que se tem sentido em Lisboa e no Porto. A ocupação de escritórios na capital portuguesa somou 272 mil metros quadrados (m2) em 2022, um “valor histórico” para o setor em Lisboa. E no Porto o mercado de escritórios também esteve dinâmico durante o ano passado.
Em 2022, o mercado de escritórios Portugal manteve-se ativo. E só nas duas maiores cidades do país foram ocupados:
- 272 mil m2 de escritórios foram colocados em Lisboa, uma “absorção histórica” no setor, diz a CBRE em comunicado enviado às redações;
- 60 mil m2 foram colocados no Porto, verificando-se um “forte dinamismo” em 2022, que se manteve em linha com os anos anteriores.
Houve várias transações no segmento de escritórios que marcaram 2022. E uma delas foi a colocação da Galp, que irá ocupar 20 mil metros quadrados no ALLO - Alcântara Lisbon Offices. Esta é mesmo considerada a “maior operação de arrendamento em 2022”, destaca a consultora no mesmo documento. No mesmo empreendimento, foi concluído ainda o arrendamento de 8.500 m2 à EY e de 6 mil m2 à Cloudflare.

Mudança na forma de trabalhar não ditou o fim dos escritórios
O teletrabalho veio para ficar depois de ter contagiado quase todos os negócios durante a pandemia. Mas as empresas continuam a arrendar espaços para instalar os seus escritórios. Até porque muitos profissionais optaram por trabalhar em regime híbrido, em que conjugam as idas ao escritório com o teletrabalho. É por isso mesmo que o segmento de escritórios em Portugal continua bem vivo.
“O setor dos escritórios, em 2022, teve uma performance incomparável, e se havia dúvidas sobre o fim dos escritórios, em consequência das alterações nos formatos de trabalho resultantes da pandemia, as mesmas estarão totalmente dissipadas", sublinha André Almada, Senior Director de Advisory & Transactions Offices da CBRE Portugal, citado no documento.
"O poder de atracão de Portugal como um mercado de excelência para se viver e trabalhar voltou, como em anos recentes, a ser um fator muito relevante no resultado alcançado pelo mercado de escritórios”, continuou o especialista da CBRE Portugal, uma consultora que assessorou a ocupação de 68 mil m2 de escritórios em 2022, o que resultou numa participação de mercado de 43%.
Também no segmento de ‘Flex Offices’ (escritórios flexíveis), o mercado tem estado dinâmico, já que “os operadores deste tipo de espaços mantêm o interesse nas duas principais cidades portuguesas, muito sustentado pelo estilo de vida que as mesmas oferecem e a competitividade do talento encontrado localmente”, explica ainda a consultora no mesmo documento.
Na área dos escritórios flexíveis também foram levadas a cabo operações importantes para o mercado de escritórios nacional, como:
- a colocação de 5.800 m2 referentes ao primeiro espaço da WeWork em Portugal, no edifício Alexandre Herculano 50 situado na capital;
- a colocação do LACS, no edifício 24 de julho, em Lisboa, ocupando a totalidade do imóvel com 4.400 m2;
- a colocação de 5 mil m2 para a Spaces, no edifício Joana D’Arc, no Porto, sendo este o primeiro espaço do operador na região Norte do país.
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