O acesso a habitação em Portugal continua a agravar-se, quer por via dos altos preços das casas para comprar e arrendar, quer pelos elevados juros no crédito habitação. E a vida não está fácil para quem tem casas arrendadas. Só entre janeiro e junho deste ano, deram entrada no Balcão Nacional de Arrendamento (BNA) 1.412 requerimentos de despejo, um aumento de 22% face ao mesmo período de 2022. E Lisboa e Porto concentram mais de metade destes pedidos de despejo.
A maioria dos 1.412 pedidos de despejo que chegaram ao BNA no primeiro semestre de 2023 dizem respeito a imóveis arrendados nos distritos de Lisboa e do Porto, escreve o Público citando dados do Ministério da Justiça que tutela este balcão:
- Em Lisboa, deram entrada 550 pedidos de despejo, mais 18% face ao mesmo período de 2022. No distrito da capital, acabaram por ser emitidos 221 títulos de desocupação do locado (-9% face ao ano passado);
- No Porto, foram recebidos 265 requerimentos de despejo, mais 52% face ao primeiro semestre de 2022. Aqui foram emitidos 71 títulos de desocupação do locado.
No total do país, foram concretizados 523 despejos entre janeiro e junho de 2023 – isto é, títulos de desocupação do locado -, menos 3% face aos 541 títulos que foram emitidos em igual período de 2022, escreve o mesmo jornal.
Acontece que há despejos realizados fora das estatísticas oficiais, quando, por exemplo, os senhorios avançam com a oposição à renovação dos contratos de arrendamento. Estes “despejos invisíveis” têm aumentado e representam a larga maioria dos casos de norte a sul do país, alertam movimentos pela defesa do direito à habitação à mesma publicação.
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