A Worx analisou o segmento residencial em Portugal no ano passado, antecipando tendências para os próximos meses, na sua publicação anual WMarket 2023-2024. O forte desequilíbrio entre a procura e a oferta deverá manter-se, sendo provável que os preços cresçam moderadamente ou tendam a estabilizar. Descida das taxas de juro ainda é uma incógnita, mas será determinante para a dinâmica de mercado.
Compra de casa em 2023: quebras na procura e vendas
Na síntese residencial enviada às redações, a consultora indica que “o contexto caracterizado por taxas de juro elevadas condicionou amplamente a procura pela compra de casa em 2023, o que se traduziu numa quebra de 17% nas vendas (131 mil casas vendidas em Portugal no ano transato)”.
“No entanto, e em termos anualizados, o decréscimo do número de vendas não teve repercussão nos preços. Com efeito, em 2023, o preço médio de venda, a nível nacional, aumentou nos imóveis novos para 8% - 4.045 euros/por metro quadrado (m2) - e 9% - 2.116 euros/por m2 - nos imóveis usados”, refere a Worx.
Grande Lisboa
- A nível regional, a Área Metropolitana de Lisboa (AML) e o Algarve destacam-se entre as “zonas mais penalizadas” em termos de quebra da procura nos primeiros trimestres do ano, sendo que se refletiu em ajustes no preço de venda nos últimos trimestres. Contudo, no computo anual, ambas as regiões evidenciaram o maior aumento dos preços de venda no acumulado de 2023.
- Em termos globais, o comportamento da AML acompanhou o comportamento global do mercado nacional, registando uma quebra de 24% na procura por casa - total de 38.370 fogos vendidos em 2023- o valor mais baixo desde 2016.
- “Ainda na AML, apesar do cenário de contração da procura apurado nos primeiros trimestres de 2023, o último trimestre do ano evidenciou já uma ligeira recuperação das vendas, ainda que abaixo da média dos anos anteriores, a qual foi de 12.000 fogos por trimestre”, indica o estudo.
Grande Porto
- Na região Norte, a Área Metropolitana do Porto registou, de igual modo, uma quebra nas vendas, ainda que menos acentuada (16%). “Neste caso, a redução da procura já se refletiu num ajuste de 4% no preço dos imóveis novos, tendo, todavia, os imóveis usados mantido a respetiva trajetória de crescimento no ano transato”.
- O preço de venda no município do Porto rondou, após um incremento anual de 9%, os 2.700 euros/m2 nos imóveis usados, enquanto a desaceleração nos imóveis novos fixou o preço médio em 4.300 euros/m2. “Neste contexto, é de realçar que o último trimestre do ano patenteou uma quebra de 7%, de igual modo, no preço dos imóveis usados”, salienta a Worx.
- De acordo com a consultora, o mercado residencial em 2023 “observou uma redução considerável das vendas no primeiro semestre cujas repercussões no preço se fizeram sentir no segundo semestre, tanto nos imóveis novos como nos usados”.
Mercado da habitação em 2024: previsões
Segundo o relatório, “o reduzido nível de promoção deverá perpetuar o forte desequilíbrio latente no mercado entre a procura e a oferta, o que inibe um ajustamento significativo dos preços”.
No último trimestre do ano, diz a Worx, “já se verificou uma ligeira recuperação da procura, assim como uma redução do tempo de absorção, o que poderá ser ainda enfatizado pela eventual descida das taxas de juro no decurso do corrente ano de 2024”.
Assim, “será pouco plausível uma descida substancial dos preços de venda no mercado residencial, admitindo-se, contudo, que os mesmos tendam para um crescimento moderado ou para a estabilização”.
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