Portugal foi o 8º país europeu que mais beneficiou do contexto de altos juros, revela a EBA.
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Banca ganha com juros altos
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Os bancos europeus têm vindo a aumentar as suas margens financeiras desde 2022, à boleia da subida dos juros pelo Banco Central Europeu (BCE). E Portugal foi mesmo o oitavo país da Europa que mais beneficiou com este contexto. Os dados mais recentes da Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla inglesa), referentes ao primeiro trimestre de 2024, revelam que a diferença entre os juros recebidos nos créditos e aqueles pagos nos depósitos contribuiu com 79,3% para o aumento do produto bancário em Portugal, uma percentagem que é quase 30% superior à média da banca europeia.

“A rentabilidade dos bancos europeus aumentou significativamente em 2023, à boleia de uma grande subida da margem financeira (…) de forma geral, os bancos conseguiram beneficiar da subida das taxas de juro e reforçar as suas margens financeiras”, explica a EBA num relatório citada pelo Jornal Económico.

Nesta análise a 30 países do espaço económico europeu, a EBA revela que foram os bancos da Lituânia que mais beneficiaram da subida dos juros no início de 2024, já que a margem financeira contribuiu com 97,8% para o produto bancário. Logo a seguir está a Polónia (87,3%) e Malta (86,1%). Nesta lista, Portugal está no top10, sendo o oitavo país que mais beneficiou do aumento das taxas do BCE: a margem financeira – que é a diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos – pesou 79,3% no produto bancário.

No fundo da lista deste ranking está o Liechtenstein, com uma contribuição da margem financeira de 19,9% para o produto bancário, enquanto, em França, a margem contribuiu com apenas 41,1%, na Alemanha com 53% e em Itália com 59,4%, lê-se no mesmo jornal.

A verdade é que os cinco maiores bancos residentes em Portugal - CGD, Santander, BCP, Novo Banco e BPI - têm sinto as suas margens financeiras a subir nos últimos anos e ainda nos primeiros trimestres de 2024. Em concreto, nos primeiros seis meses deste ano, a margem financeira deste bancos valorizou 12,6% face ao mesmo período do ano anterior para 4.772 milhões de euros. E por detrás deste aumento está a predominância da taxa variável nos créditos habitação e ainda as baixas remunerações nos depósitos.

Mas tudo indica que a banca portuguesa (bem como a europeia) deverá já ter atingido o pico nas suas margens financeiras. Isto porque o Banco Central Europeu (BCE) já iniciou o ciclo de flexibilização da sua política monetária em junho, estando previstos mais dois cortes das taxas em setembro e dezembro, de acordo com os analistas de mercado.

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