A venda de casas em Portugal está a retomar à medida que os juros no crédito habitação descem e que a poupança aumenta, uma tendência que ganha ainda mais força com a isenção do IMT para jovens que já está em vigor. Mas há uma consequência: os preços das casas continuam a subir e estão mesmo a acelerar, porque a oferta de habitação para comprar continua a não acompanhar a evolução da procura. É isso mesmo que mostram os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE): os preços das casas subiram 6,6% no segundo trimestre, tendo aumentado o ritmo de evolução face ao trimestre anterior (+5%). E mais informa que os preços da habitação aceleraram em 12 dos 24 municípios mais populosos do país.
“No segundo trimestre de 2024, o preço mediano de alojamentos familiares em Portugal foi de 1.736 euros/m2, na sequência de uma taxa de variação de 6,6% em relação ao segundo trimestre de 2023”, começa por explicar o INE na nota estatística publicada esta terça-feira, dia 22 de outubro. Os dados revelam ainda que os preços das casas aceleraram o ritmo de evolução face ao observado no início do ano (5,0%).
As casas compradas por famílias em Portugal foram transacionadas por um preço superior à mediana nacional (de 1.750 euros/m2), depois de terem aumentado 6,8% em termos homólogos. E, sem surpresa, os agregados familiares estrangeiros compraram casas mais caras do que as famílias residentes em território nacional (+44%) – os preços medianos foram de 2.454 euros/m2 e de 1.702 euros/m2, respetivamente.
Preço das casas aceleram em 12 dos 24 municípios populosos
Tal como a nível nacional, os preços das casas aceleraram a subida em 12 dos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes no segundo trimestre de 2024. Foi Barcelos que teve a maior aceleração dos preços, de 16,6 pontos percentuais (p.p.), seguido de Odivelas (+14,4 p.p.) e Santa Maria da Feira (+12,6 p.p.)
Por outro lado, “as maiores diminuições na taxa de variação homóloga ocorreram em Matosinhos (- 17,6 p.p.) e Coimbra (-15,9 p.p.). O município do Porto registou um decréscimo de 4,8 p.p. e o de Lisboa um acréscimo de 0,1 p.p.”, detalha o INE.
Os municípios de Lisboa (4.367 euros/m2), Cascais (3.994 euros/m2), Oeiras (3.360 euros/m2) e Porto (3.031 euros/m2) apresentaram os preços da habitação mais elevados. E Guimarães apresentou o custo mais baixo de todos os municípios populosos (1.273 euros/m2).
Casas à venda mais caras na maioria das sub-regiões
Os preços das casas à venda aumentaram em termos homólogos em 21 das 26 sub-regiões portuguesas, destacando-se a sub-região Viseu Dão Lafões com o maior crescimento (+17,2%). Em segundo lugar está a região de Aveiro (+13,5%) e em terceiro o Alentejo Litoral (+12,3%). Já a sub-região do Douro registou a maior diminuição homóloga dos preços da habitação na primavera (5,6%).
As cinco sub-regiões com os preços das casas para comprar mais caros neste período são:
- Grande Lisboa (2.801 euros/m2);
- Algarve (2.735 euros/m2);
- Região Autónoma da Madeira (2.080 euros/m2);
- Península de Setúbal (2.048 euros/m2);
- Área Metropolitana do Porto (1.957 euros/m2)
“A sub-região da Beira Baixa apresentou o menor preço mediano de venda de alojamentos familiares (562 euros/m2)”, conclui o gabinete de estatística português.
Acompanha toda a informação imobiliária e os relatórios de dados mais atuais nas nossas newsletters diária e semanal. Também podes acompanhar o mercado imobiliário de luxo com a nossa newsletter mensal de luxo.
Para poder comentar deves entrar na tua conta