Dono do Edifício Willis entra com um processo contra um veículo de investimento da AXA IM devido à construção de uma torre com 36 andares.
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Arranha-céus em Londres causa polémica
Projeto em causa encontra-se na Fenchurch Street, na chamada City de Londres Eric Parry Architects

A chamada City de Londres, o centro financeiro e histórico da cidade, é conhecida por ser um dos distritos financeiros mais importantes do mundo, onde diariamente circulam milhões de libras e se concentram importantes empresas britânicas e multinacionais. Esta área alberga alguns dos arranha-céus mais emblemáticos - e também criticados - da capital londrina. É o caso da construção que a Axa Investment Managers (Axa IM) irá erguer no número 50 da Fenchurch Street, que gerou polémica após a denúncia interposta pelo fundo soberano do Kuwait, proprietário do Edifício Willis. O mesmo alega que esta nova torre de 36 andares irá bloquear a entrada de luz natural no seu imóvel.

A construção de um novo arranha-céus no Central Business District (CBD) de qualquer capital do mundo deveria ser motivo de satisfação, dando impulso à economia local e prestígio ao distrito financeiro, com a chegada de um edifício moderno e sustentável, exemplo para futuras edificações. Essa é a ideia para a nova torre de 36 andares promovida por um veículo de investimento controlado pela Axa IM na Fenchurch Street.

No entanto, mal o alvará para iniciar as obras foi concedido, surgiu uma denúncia por parte de outro dos proprietários da zona que alega que o novo edifício obstruirá a entrada de luz natural no seu imóvel. Trata-se do fundo soberano do Kuwait, proprietário do Edifício Willis, sede da seguradora, que se encontra no número 51 de Lime Street.

A Torre Willis, com 26 andares e 125 metros de altura, foi concluída em 2008 e tem a assinatura do estúdio de arquitetura de Norman Foster, tendo ganho vários prémios de arquitetura pelo seu design, que pretende simular a carapaça de um animal. 

Centro financeiro de Londres
Centro financeiro e histórico da cidade de Londres Getty images

O edifício foi o primeiro de uma série de arranha-céus que renovaram o aspeto do CBD de Londres no início do novo século, como a Torre Bishopsgate, conhecida como ‘The Pinnacle’; o Edifício Leadenhall, conhecido como o ‘Ralador de Queijo’; ou a Torre Fenchurch Street, mais conhecida como o ‘walkie-talkie’.

O projeto no número 50 de Fenchurch Street é um edifício que irá atingir os 36 andares, com tamanhos variados, e mais de 62.000 metros quadrados (m2) de espaço para escritórios. Este também incluirá jardins verticais e zonas protegidas, como a Torre de Todos os Santos, de origem medieval, e a Cripta da Capela de Lambe, que poderão ser acessíveis ao público.

A denúncia do fundo soberano do Kuwait foi feita em novembro do ano passado, mas só agora se tornou pública, exigindo que seja respeitado o direito à luz natural, que seria nitidamente afetado, interferindo no usufruto habitual dos utilizadores do Edifício Willis. Na queixa, é solicitada uma ordem judicial para impedir que a construção seja concluída, embora também se exija uma indemnização por danos e prejuízos, cujo montante não foi revelado.

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