A remuneração bruta mensal média por trabalhador em Portugal subiu 3,7% em termos reais no segundo trimestre de 2025, registando o maior crescimento homólogo dos últimos meses, segundo dados oficiais.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), a remuneração bruta total mensal média por posto de trabalho atingiu 1.741 euros no trimestre terminado em junho de 2025, um aumento de 6% face ao mesmo período de 2024. Ajustando para a inflação, medida pelo Índice de Preços no Consumidor (IPC), o crescimento real foi de 3,7%, refletindo um aumento do poder de compra dos trabalhadores.
O INE sublinha que tanto a remuneração regular, que exclui subsídios de férias e de Natal, como a base salarial aumentaram 5,7% em termos nominais, situando-se em 1.368 euros e 1.281 euros, respetivamente. Em termos reais, ambas registaram um crescimento homólogo de 3,4%, superior ao verificado no trimestre anterior.
Entre os setores e dimensões de empresas analisados, os maiores aumentos foram observados na agricultura, produção animal e pesca (11,5%), em empresas com 50 a 99 trabalhadores (7,1%) e no setor público (7,3%). Também as empresas de serviços de alta tecnologia com forte intensidade de conhecimento destacaram-se, com uma subida de 6,9% nas remunerações.
No total, os dados do INE abrangem 4,8 milhões de postos de trabalho, correspondentes a beneficiários da Segurança Social e subscritores da Caixa Geral de Aposentações, 1,8% mais do que no segundo trimestre de 2024. O aumento das remunerações reais revela uma tendência de recuperação do poder de compra, mesmo num contexto de inflação moderada, que desacelerou para 2,2% neste período.
Especialistas apontam que a conjugação de crescimento salarial e inflação contida pode reforçar o consumo interno, contribuindo para o dinamismo da economia portuguesa, especialmente nos setores mais tecnológicos e de serviços, que registaram os aumentos mais significativos.
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