O mercado de alojamento estudantil em Portugal enfrenta um grave problema, registando uma oferta de camas para estudantes muito inferior à procura. Em percentagens, a taxa nacional de cobertura situa-se apenas nos 8%, valor que, ajustando, não chega a ultrapassar os 22%, o que significa que menos de um quarto dos estudantes têm vaga em residências estudantis.
Estas são as conclusões de um novo estudo da Worx Real Estate Consultants, que aponta as cidades de Lisboa e Coimbra como as que apresentam um maior desfasamento entre a procura e a oferta de residências universitárias, com taxas de cobertura de apenas 7%. Já o Porto, embora estando um pouco melhor, ainda assim apresenta uma taxa de cobertura também bastante baixa, de 12%.
No que respeita a residências estudantis de “qualidade premium”, com serviços e comodidades acrescidas, o estudo da Worx revela também uma evidente diferenciação de mercado, com estas residências a apresentarem preços médios 120% superiores às restantes.
Há ainda que destacar as cidades médias e as do interior, com a cobertura a apresentar variações significativas. No caso de Évora e Covilhã, por exemplo, a oferta está ainda muito distante da procura, enquanto Faro continua sem oferta privada estruturada neste segmento.
Em comunicado, Pedro Rutkowski, CEO da WORX, refere que “numa altura em que os resultados das candidaturas de acesso à Faculdade deixam inúmeras famílias a braços com o problema do alojamento estudantil, este retrato permite compreender melhor os desafios do mercado e identificar áreas de potencial investimento que respondam à procura estudantil de forma equilibrada e sustentável”.
As conclusões deste estudo reforçam a necessidade de haver estratégias de planeamento que garantam o acesso diversificado e equilibrado a soluções de alojamento no país, uma vez que a população estudantil em Portugal tem aumentado e regista-se também uma crescente procura internacional.
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