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as dívidas aos trabalhadores de empresas que fecharam aumentaram este ano para 255 milhões de euros. dados apurados pela cgtp revelam que mais de 22 mil trabalhadores que perderam o emprego aguardam pelo pagamento de salários e indemnizações em atraso devidos por 970 empresas. segundo o diário de notícias (dn), esta situação representa um significativo agravamento, tendo em conta os 191 milhões de euros em dívida contabilizados no ano passado, e afecta sobretudo o sector dos têxteis

o jornal revela ainda que cerca de 40% daquele universo de trabalhadores está há vários anos sem receber os seus créditos. são cerca de 8.800 ex-funcionários que aguardam há muito tempo decisões dos tribunais, alguns desde meados dos anos 80, revelou ao dn arménio carlos, membro da comissão executiva da cgtp

o sector dos têxteis e vestuário é o mais afectado, com uma dívida de quase 105 milhões de euros a 7.656 trabalhadores. em segundo lugar estão a metalurgia e química, que devem mais de 36 milhões a 2.300 trabalhadores

de acordo com o dn, a cgtp vai apresentar uma proposta legislativa à assembleia da república para privilegiar o pagamento das dívidas aos trabalhadores face aos restantes credores. apesar de o código das falências já prever a prioridade para os créditos dos trabalhadores, esta garantia é ultrapassada pela possibilidade legal dos bancos que sejam beneficiários de uma hipoteca sobre os bens da empresa serem os credores prioritários

a cgtp quer ainda avançar com a responsabilidade pessoal e solidária dos administradores e gerentes das sociedades pelas dívidas salariais e sugere que, caso o processo não esteja concluído no prazo de um ano, seja o estado a antecipar o pagamento

o distrito do porto é o que tem mais empresas (315) e o maior volume de dívida, 74 milhões de euros. mas é em lisboa que se conta o maior número de trabalhadores com salários e indemnizações em atraso, num total de mais de 10.800. este valor não conta com os processos que foram arquivados por falta de bens da empresa

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