Simplex dos licenciamentos: Governo ouve engenheiros e mexe na lei
O novo simplex urbanístico entra em vigor esta segunda-feira (dia 4 de março de 2024), tendo as portarias complementares ao novo regulamento (Decreto-Lei n.º 10/2024) sido publicadas em Diário da República (DR). Fernando de Almeida Santos, bastonário da Ordem dos Engenheiros (OE), diz que pouco falou no assunto para evitar (mais) polémicas, mas mostra-se agora mais descansado, considerando que o tema está “muito bem resolvido” e que o Governo ouviu as sugestões da OE e ajustou as referidas portarias. “Não há termo de responsabilidade sem vínculo ao reconhecimento do exercício profissional pelas associações profissionais repetitivas”, assegura em entrevista ao idealista/news.
Portarias complementares ao simplex urbanístico publicadas em DR
O (Decreto-Lei n.º 10/2024), que procede à reforma e simplificação dos licenciamentos no âmbito do urbanismo, ordenamento do território e indústria – o chamado simplex dos licenciamentos urbanísticos –, entra em vigor esta segunda-feira (4 de março de 2024), tendo as portarias necessárias para a operacionalização e aplicação do diploma, que vem alterar e simplificar muitos dos procedimentos do antigo Regime Jurídico da Urbanização e Edificação (RJUE), já sido publicadas em Diário da República (DR).
Construir em altura para “fintar” a crise na habitação: sim ou não?
Os preços das casas em Portugal continuam altos e os valores das rendas mantêm-se elevados. O Governo deu luz verde ao simplex dos licenciamentos, de forma a aumentar a oferta de casas no mercado, mas são muitas as dúvidas que se levantam sobre os efeitos práticos das medidas anunciadas – e que integram o programa Mais Habitação. Será que a aposta na construção em altura é uma boa solução para fazer face à crise na habitação na qual se encontra o país? E em termos de custos de construção e de sustentabilidade e eficiência energética, será viável? O idealista/news foi à procura de respostas.
Hotéis: Nozul adia cumprimento de objetivos para ter apoio ao investimento
O W Algarve Hotel & Residences, o primeiro beach resort da Nozul na Europa, conseguiu adiar por dois anos o cumprimento dos objetivos definidos para obter apoios ao investimento de 25 milhões de euros. Em causa está a aprovação de uma minuta de aditamento a um contrato de investimento assinado dia 17 de janeiro de 2020, “a celebrar entre o Estado Português, representado pela AICEP - Agência para o Investimento e a Grand Development Co., na qualidade de casa-mãe e sócia, e a NOZUL Algarve, S. A.”, lê-se no Despacho n.º 1956/2024, pulicado em Diário da República dia 21 de fevereiro de 2023.
Seca no Algarve: construção de dessalinizadora com luz verde
O concurso para a construção de uma dessalinizadora no Algarve, com financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), foi lançado dia 16 de fevereiro de 2024, com a publicação do procedimento em Diário da República, anunciou a Águas do Algarve.
Alta velocidade: renovação da Gare do Oriente custará 8,5 milhões
O projeto de renovação da Gare do Oriente, em Lisboa, para receber os serviços de alta velocidade ferroviária vai custar quase 8,5 milhões de euros à Infraestruturas de Portugal, segundo um contrato celebrado com o arquiteto Santiago Calatrava.
Novo Banco deixa leasing imobiliário devido ao IMI agravado
O Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) agravado, uma medida que entrou em vigor no Orçamento do Estado para 2021, levou a que o Novo Banco saísse da área de negócio de leasing imobiliário. O peso de IMI agravado nas contas da entidade bancária tem diminuído, tendo o custo passado de 116 milhões de euros em 2021 para 30 milhões de euros em 2023.
Alojamento Local: medidas do Mais Habitação reclamadas em Bruxelas
A Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP) apresentou esta quarta-feira (7 de fevereiro de 2024) em Bruxelas uma nova reclamação oficial contra as medidas do Mais Habitação, com impacto no Alojamento Local (AL). Em 2023, recorde-se, a associação já tinha enviado uma reclamação preliminar à Comissão Europeia (CE), antes da entrada em vigor das medidas do programa do Governo.
Segurança Social: Fundo de Estabilização já vale quase 30.000 milhões
O Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) – criado em 1989 para assegurar o pagamento de pensões num cenário em que o sistema entra em défice – fechou 2023 a valer cerca de 29,8 mil milhões de euros. Trata-se de um valor que cobre 21 meses da despesa com pensões contributivas e que representa uma valorização de 6,8 mil milhões de euros num ano. Em causa estão dados provisórios do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS).
Simplex na venda de casas: Governo justifica-se com “controlo prévio”
O novo simplex dos licenciamentos urbanísticos traz várias novidades para o setor imobiliário. Desde logo porque, no momento da celebração do contrato de compra e venda de um imóvel, deixa de ser obrigatório exibir ou provar a existência da ficha técnica de habitação e da autorização de utilização. Uma preocupação já deixada ao idealista/news pelo bastonário da Ordem dos Notários, Jorge Batista da Silva. O Governo responde e explica que, apesar da dispensa de apresentação de licença e ficha técnica do imóvel na escritura, mantêm-se em vigor mecanismos de “controlo prévio”.
Simplex abrange casas modulares: têm de ter licença ou controlo prévio
As casas pré-fabricadas, tecnicamente designadas como construções modulares, passam a ter de respeitar as normas que existem para as edificações em geral, nomeadamente as previstas no Regulamento Geral das Edificações Urbanas (RGEU). Significa isto que estão sujeitas a licenciamento ou a outra forma de controlo prévio, consoante as circunstâncias de cada caso em concreto. O simplex dos licenciamentos urbanísticos – a maioria das 26 medidas entram em vigor dia 4 de março, mas algumas já têm efeitos desde 1 de janeiro de 2024 – estipula ainda que os projetos de loteamento para novas construções terão de incluir também áreas destinadas a “habitação pública, de custos controlados ou para arrendamento acessível”.
Descarbonização de edifícios: é preciso mais reabilitação energética
O setor dos edifícios está a caminhar numa trajetória favorável face à descarbonização, com o consumo de energia primária e as emissões de CO2 a registarem uma queda nos últimos anos. É necessário, no entanto, reforçar o investimento na reabilitação energética para atingir todos os objetivos definidos para 2050. Esta é uma das conclusões a retirar do 5º relatório de progresso do grupo de coordenação da Estratégia de Longo Prazo para a Renovação dos Edifícios (ELPRE), aprovada pelo Governo – está em vigor desde o dia 4 de fevereiro de 2021.
Terrenos sem proprietário já podem passar para o Estado
Segundo a lei, um terreno rural só é considerado sem dono se não for identificado no Balcão Único do Prédio (BUPi), um processo de sistema de cadastro simplificado que arrancou em 2017 e cuja gratuitidade tem vindo a ser prolongada e alargada a mais municípios. O prazo foi estendido até 31 de dezembro de 2025, ou seja, o Estado só poderá começar a tomar posse das terras sem proprietário em 2026. Mas há uma exceção: terrenos sem dono conhecido que se encontrem em áreas prioritárias. Neste caso, os terrenos em causa podem mudar de mãos já este ano.
Apoio à renda já foi pago a todas as famílias elegíveis, diz o Fisco
O valor médio do apoio extraordinário à renda (PAER) ronda os 113 euros, tendo a medida chegado a 258.661 pessoas, num total de 236.862 famílias. Há, assim, mais de 50 mil famílias que, entretanto, se juntaram às cerca de 185 mil que começaram a receber este apoio em meados do ano passado, cujo pagamento retroagiu a janeiro de 2023. Trata-se de um aumento de beneficiários do apoio à renda de 27% em relação aos números iniciais da medida. Reforçar a dotação orçamental não está, no entanto, nos planos.
Vila do Conde: lançado concurso de 15,4 milhões para comprar 90 casas
A Câmara de Vila do Conde, distrito do Porto, lançou um concurso público para compra de 90 casas, por um preço conjunto de 15,4 milhões de euros, financiados por fundos comunitários, ao abrigo do Programa 1.º Direito.
Governo aprova reabilitação do Palácio Burnay por 16 milhões
O Palácio Burnay, localizado na Rua da Junqueira, em Lisboa, vai ser reabilitado e lá será instalada a empresa Museus e Monumentos de Portugal, criada pelo Governo para gerir o património museológico e arquitetónico. Em causa está um investimento de 16 milhões de euros, revelou esta quinta-feira (4 de janeiro de 2024) o primeiro-ministro António Costa, anunciando também a extensão do Museu de Arte Antiga.
Virar de página no imobiliário com novo Governo? Consultoras respondem
O ano de 2023 deixará saudades no setor imobiliário? E o que esperar de 2024, que ficará desde já marcado por um virar de página no Governo, com a realização de eleições legislativas no dia 10 de março? Cautela, esperar para ver, instabilidade política e turbulência económico-financeira – taxas de inflação altas, embora estejam a descer, e taxas de juro elevadas – são expressões usadas ao longo do ano passado para caracterizar o estado da nação do setor imobiliário. A tudo isto junta-se uma crise na habitação, sendo urgente aumentar a oferta de casas a preços “ajustados”. Haverá, ainda assim, motivos para estar otimista? O idealista/news tenta dar respostas a estas e outras perguntas com a ajuda das principais consultoras imobiliárias a operar em Portugal.
Adeus 2023: crise habitacional com impacto no imobiliário e no Governo
Dinamismo e resiliência são termos que têm caracterizado o setor da construção e do imobiliário em Portugal nos últimos anos. Ultrapassada uma “tempestade” chamada pandemia, surgiram em 2023 novas “batalhas”: à guerra na Ucrânia juntou-se o conflito no Médio Oriente e o Banco Central Europeu (BCE) continuou a subir as taxas de juro diretoras para travar a escalada da inflação. E deu resultados, já que a subida dos preços desacelerou estimulando o regulador europeu a deixar os juros inalterados (mas altos) na reta final do ano. Internamente, o programa Mais Habitação do Governo – entretanto demissionário – foi apresentado e entrou em vigor, tendo causado muita polémica, devido a medidas que contemplam, por exemplo, o fim dos vistos gold, a suspensão de novas licenças de Alojamento Local (AL) e o arrendamento forçado de casas devolutas.
Alojamento Local no olho do furacão: Governo aperta o cerco ao negócio
O negócio do arrendamento de casas de curta duração, mais conhecido em Portugal como Alojamento Local (AL), voltou a dar que falar em 2023. Uma polémica que já vinha de trás e que ganhou expressão – e novos contornos – ao longo do ano. O Governo, através do controverso programa Mais Habitação, apertou o cerco ao AL, alegando que a atividade encarece o preço da habitação, sobretudo em Lisboa e no Porto, contribuindo, desta forma, para a crise habitacional que se vive no setor. Uma ideia criticada vezes sem conta por vários players do setor. Também a União Europeia (UE) se mostra atenta ao negócio do arrendamento de casas a turistas.
Portugal precisa de construir mais casas – e a preços “adequados”
A falta de casas para comprar é apontada como um dos principais fatores que está por detrás da subida a pique dos preços das habitações em Portugal. Isto porque a oferta de imóveis disponíveis para venda – e também para arrendamento – é muito inferior à procura. “Não se construiu ou reabilitou (o suficiente) nos últimos 12 anos em Portugal”, disse ao idealista/news Reis Campos, presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI). E sim, é verdade que fomos noticiando ao longo do ano a chegada ao mercado e o início de construção de novos empreendimentos, mas há ainda um longo caminho percorrer para conseguir dar resposta à procura existente, conforme adiantaram vários especialistas do setor.
Comissão Europeia ainda pode bloquear alterações ao Alojamento Local
Bruxelas ainda poderá ter uma palavra a dizer sobre as novas regras relacionadas com o Alojamento Local (AL) contempladas no programa Mais Habitação do Governo, podendo mesmo vir a bloqueá-las, se considerar que representam entraves à livre prestação de serviços. Para já, “reserva-se o direito de iniciar um processo de infração”. As câmaras, por seu turno, admitem contrariar lei e manter ALs sem atividade comprovada.
PRR, aeroporto e construção de casas vão marcar 2024, prevê associação
A Associação Portuguesa de Projetistas e Consultores (APPC) antecipa um ano de 2024 complexo e imprevisível, com Portugal a enfrentar um desafio marcante para o seu futuro. A entidade liderada por Jorge Nandin de Carvalho considera que a implementação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a transição do Portugal2020 para o Portugal2030, a definição do local para o novo aeroporto, o lançamento da linha de alta velocidade Lisboa-Porto, o encerramento do programa Ferrovia 2020 e a execução dos planos de aceleração na construção habitacional serão temas-chave no próximo ano.
Mais Habitação: uma polémica herança deixada pelo Governo de Costa
Mais Habitação. Quem não ouviu ou leu em algum momento do ano estas duas palavras? O polémico programa do Governo foi anunciado no início do ano e depois de avanços e recuos foi aprovado e já está em vigor: contempla, por exemplo, o fim dos vistos gold e o início do arrendamento coercivo. Antes, logo a abrir 2023, o Executivo de António Costa anunciou a criação do Ministério da Habitação, mostrando estar atento à crise habitacional na qual se vê mergulhado o país. Na reta final do ano, no entanto, nova polémica: o primeiro-ministro, que tinha tomado posse dia 26 de novembro de 2015, demitiu-se do cargo quase oito anos depois, no dia 7 de novembro de 2023. Caberá agora ao próximo Executivo – as eleições legislativas estão marcadas para dia 10 de março – dar continuidade ao Mais Habitação, uma herança pesada deixada pelo Governo socialista.
"É urgente que continuemos a refletir sobre o estado da habitação"
“É necessário que sigamos a criar condições para que o investimento continue a entrar em Portugal para reforçar o mercado e o parque habitacional das cidades e responder à crise da habitação”. O alerta é dado por Elisa Navarro, Diretora Geral da MVGM Iberia, em entrevista ao idealista/news. Apesar do contexto nacional ser de incerteza, marcado por instabilidade governativa e por uma crise habitacional que parece ter vindo para ficar, há motivos para manter o otimismo, até “porque o setor imobiliário tem demonstrado até aqui enorme resiliência”, diz. Considera, no entanto, que “é urgente” continuar “a refletir sobre o estado da habitação” e a discutir de forma “ampla as melhores soluções”, envolvendo neste “debate todos os intervenientes, do setor público ao privado”.
40% das declarações de AL por entregar - ALEP pede prudência às autarquias
O prolongamento do prazo para a entrega de comprovativos de atividade de Alojamento Local (AL) em Portugal – passou de dia 7 para dia 13 de dezembro – trouxe “algum alívio” para os titulares de AL, revelou a Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP) em comunicado. Este foi, no entanto, “um processo (…) mal concebido, resultando em inúmeros outros constrangimentos que devem ser tidos em consideração, numa altura em que, de um total de 120 mil registos de AL no RNAL - Registo Nacional de Alojamento Local, 45 mil não enviou o comprovativo”, acrescenta, apelando “ao bom senso e flexibilidade” das autarquias “para evitar cancelamentos de registos indevidos ou injustificados”.