
Comprar casa não deixou de ser uma opção mesmo em tempos de pandemia. Num momento em que os empréstimos para comprar casa estão mais baratos que nunca, a procura por créditos à habitação registou um aumento, ainda que ligeiro, entre abril e junho de 2021 face ao período homólogo, revela o Banco de Portugal (BdP).
No Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito, o BdP refere que houve um “aumento ligeiro no crédito à habitação” entre o segundo trimestre de 2021 e o período homólogo. E isto deve-se a pelo menos dois fatores: a “confiança dos consumidores e o nível das taxas de juro contribuíram ligeiramente para o aumento da procura de crédito”, lê-se no documento publicado esta terça-feira, dia 21 de junho 2021.
A manutenção dos termos e condições de acesso aos créditos a particulares também podem ter ajudado. O BdP registou apenas uma “ligeira redução dos spreads aplicados nos empréstimos de risco médio concedidos a particulares para habitação”. No que diz respeito ao crédito à habitação, “a perceção de riscos e as pressões exercidas pela concorrência contribuíram para a diminuição dos spreads nos empréstimos de risco médio”, revela ainda.

Créditos às empresas estão ‘ligeiramente mais restritos’
Já no que diz respeito à concessão de créditos às empresas houve registo de um ligeiro aumento das restrições dos bancos. O BdP refere na publicação que houve “um aumento muito ligeiro da restritividade no crédito a empresas, transversal ao tipo de empresa e à maturidade do empréstimo”. Estas restrições estão visíveis nas garantias exigidas, nas comissões e outros encargos e no “ligeiro aumento dos spreads” aplicados nos empréstimos de maior risco concedidos a grandes empresas, diz o documento. E isto acontece porque os bancos têm a “perceção de riscos e a tolerância aos riscos, sobretudo em empréstimos de maior risco”, lê-se no documento.
No que diz respeito à procura por este tipo de crédito, o regulador refere que há uma “avaliação muito heterogénea por parte dos bancos resultando, em média, numa ligeira diminuição da procura, em particular por empréstimos de curto prazo”. E porquê? Com a economia a retomar, houve uma “redução das necessidades de financiamento de fusões/aquisições e restruturação empresarial e, em menor grau, das necessidades de financiamento de investimento e de refinanciamento/reestruturação e renegociação da dívida”.
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