Especialistas em finanças pessoais alertam para que o valor a pagar ao banco por um crédito habitação pode variar ao longo dos anos.
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A prestação da casa pode subir para o dobro (ou até mais)?
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Quem está à procura de casa para comprar e precisa de financiamento, faz contas à vida, mas quase sempre numa lógica mais imediata e não de longo prazo. Contabiliza o dinheiro que tem para a entrada e para fazer face aos gastos, como registos e impostos, seguros e outros. E quando chega a hora de pedir um empréstimo ao banco, pensa em quanto vai custar agora a prestação mensal. Mas este valor, se o contrato do crédito habitação estiver indexado a uma taxa variável, pode mudar (e muito) ao longo do tempo. Explicamos com ajuda de especialistas em finanças pessoais.

A prestação da casa pode subir para o dobro (ou até mais)?
Foto de Mikhail Nilov en Pexels

O que faz com que a prestação da casa possa subir?

"Quando pensamos comprar casa recorrendo a crédito habitação existe a tendência de comparar os valores mais óbvios: prestação, seguros e despesas associadas" apontam as especialistas do Contas €m Dia neste artigo preparado para o idealista/news, dando nota de que "raramente pensamos que existe a possibilidade de num médio/longo prazo o valor da prestação do empréstimo poder aumentar substancialmente, causando um impacto no orçamento mensal".

Quem está à procura de casa e vai analisar as simulações de crédito habitação, provavelmente já se deparou com um cenário hipotético de que a prestação pode subir para praticamente o dobro da prestação atual (essa informação está na FINE, Ficha de Informação Normalizada Europeia). Ver exemplo da imagem seguinte. 

A prestação da casa pode subir para o dobro (ou até mais)?
Contas €m Dia

Os bancos têm o dever de mostrar qual seria o valor da prestação do crédito habitação caso a Euribor atingisse o máximo histórico dos últimos 20 anos.
Em primeiro lugar vamos esclarecer o porquê da prestação poder oscilar.

Cerca de 95% dos contratos de crédito habitação em Portugal são de taxa variável e estão indexados à Euribor. Este indexante é usado para calcular o valor da prestação a casa. Desde abril de 2015 caiu para valores negativos, e assim se tem mantido desde então. Na realidade não se prevê que a Euribor comece a subir nos próximos tempos, e isso explica em grande parte porque os créditos habitação estão tão baratos atualmente, contudo é certo que não ficará negativa eternamente….

Como perspetivar o empréstimo da casa ao longo dos anos
A prestação da casa pode subir para o dobro (ou até mais)?
Foto de Mikhail Nilov en Pexels

Contratar um crédito habitação pode ser um processo demorado, cansativo e até desgastante, já que tudo começa na decisão de escolher “a casa”. Contudo há aspetos que devemos ter sempre em atenção, uma vez que será um “casamento” para as próximas décadas!

Sendo um crédito em que normalmente se paga em 30/40 anos é importante perceber que os valores de prestação podem alterar significativamente. O mais provável que aconteça é que exista um aumento (gradual) de prestação com o passar dos anos. Não deverá ser para breve, talvez para depois de 2026 segundo o que foi falado no Fórum Anual do BCE.

Especialistas que indicam que o indexante Euribor possa desaparecer para dar lugar ao indexante ESTER (Euro Short-Term Rate).

Melhor ter um empréstimo com taxa variável ou um empréstimo com taxa fixa? 

"A resposta dependerá das condições da parte da instituição financeira e da situação do mercado. Uma vez que é, provavelmente, o contrato mais importante que uma pessoa assina na sua vida, é uma decisão que deve ser tomada de forma ponderada", apontam os especialistas do idealista/créditohabitação, frisando que "depende da situação de cada cliente".

Os especialistas insistem que o empréstimo mais adequado depende de variáveis como o valor do rendimento que pretendes alocar à prestação do crédito habitação, o prazo no qual queres pagar o empréstimo, a possibilidade de melhorar o seu rendimento a médio prazo ou a percentagem da compra que desejas financiar. 

"Alguns exemplo são perfis com taxas de esforço mais elevados conseguem uma garantia adicional na taxa fixa, não correndo o risco de incumprir na eventualidade das taxas subirem. Por outro lado, quem pretende ficar na casa apenas uma década, por exemplo, pode ver na taxa variável uma solução mais viável pois pagará menos comissões na hora de amortizar o empréstimo", destacam desde o idealista/créditohabitação.

A prestação da casa pode subir para o dobro (ou até mais)?
Foto de Nuno Campos en Pexels

Ninguém tem uma bola de cristal para adivinhar o futuro e não sabemos as voltas que a economia dá, certo?

Por isso, é importante manter o objetivo de ter as finanças pessoais organizadas de forma a que estas alterações na economia e imprevistos financeiros tenham o menor impacto possível na economia familiar. Isto porque no final das contas, queremos todos ter sempre as Contas €m Dia

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