Taxa conheceu o primeiro valor positivo desde 2016 no passado dia 12 de abril, quando se fixou em 0,005%.
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Euribor a subir como afeta a prestação
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As taxas Euribor têm dado sinais de subida desde o início do ano, uma tendência que se agravou ainda mais com a guerra na Ucrânia e depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras já em 2022 para travar a inflação na Zona Euro. E a Euribor a 12 meses subiu tanto que já está em terrenos positivos, o que se vai refletir em, pelo menos, 1 em cada 4 créditos habitação de taxa variável.

A maioria dos novos contratos de crédito habitação em Portugal estão indexados à Euribor a 12 meses, que conheceu o primeiro valor positivo desde fevereiro de 2016 no passado dia 12 de abril, quando se fixou em 0,005%. Depois dessa data, a Euribor a 12 meses andou entre terrenos positivos e negativos durante alguns dias. Mas passou definitivamente a barreira dos 0%, estando em terrenos positivos desde 21 de abril de 2022, dia em que se situou em 0,118%. No passado dia 28 de abril, esta taxa fixou-se nos 0,118%.

Este cenário vai impactar nas prestações da casa a pagar para os créditos habitação de taxa variável indexados à Euribor a 12 meses, que durante mais de seis anos viram esta taxa negativa. E quantos empréstimos vão estar afetados pelas atualizações das prestações a 12 meses? De acordo com o Relatório de Acompanhamento dos Mercados Bancários de Retalho mais recente do Banco de Portugal (BdP), dos contratos em carteira até ao último dia de 2020 de taxa variável, cerca de 24,5% estavam indexados à Euribor a 12 meses, representando 37,4% do saldo em dívida. Ou seja, pelo menos 1 em cada 4 créditos habitação de taxa variável existentes vão ver as prestações da casa subir assim que forem atualizadas.

Nos novos contratos de crédito habitação, os efeitos da subida da Euribor a 12 meses já se fazem sentir. Um empréstimo para comprar casa contratado em abril (utilizando a média de Euribor de março) vai ter a prestação da casa 6 euros mais cara do que quem contratou um mesmo crédito em março, tal como estimou o idealista/créditohabitação.

Prestação da casa a subir
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Como está a evoluir a Euribor a 6 meses? E a 3 meses?

Tanto a Euribor a 6 meses – a mais utilizada na maioria dos créditos habitação – como a Euribor a 3 meses estão também a dar sinais de subida desde o arranque de 2022. Mas este crescimento está a ser mais lento do que a Euribor a 12 meses, pelo que ambas continuam em terrenos negativos. No dia 28 de abril, os valores fixaram-se nos seguintes:

  • Euribor a 6 meses: -0,242%

  • Euribor a 3 meses: -0,438%

O que o mesmo relatório também diz é que o indexante da Euribor a 6 meses é o “mais frequente em termos de número de contratos”, já que representam 42% do total e 30,9% do saldo em dívida. Já a Euribor a 3 meses representava quase um terço da carteira de crédito habitação a taxa variável (32,1%, dos contratos e 30,7% do saldo em dívida).

Com a Euribor a 6 meses a aproximar-se cada vez mais de valores próximos de zero, os mutuários de crédito habitação também vão sentir os efeitos desta subida na prestação da casa. De acordo com uma estimativa recente no idealista/créditohabitação, uma família que contrate um crédito habitação indexado a esta taxa no mês de abril já paga mais 4 euros do que quem contratou um empréstimo com as mesmas condições no mês de março.

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