
Na hora de comprar casa com crédito habitação, há muitos aspetos a ter em conta. E um deles diz respeito ao pedido de avaliação da casa, um passo importante para que instituição bancária consiga determinar o financiamento máximo destinado à aquisição da casa. O que o Instituto Nacional de Estatística (INE) diz é que o metro quadrado (m2) está a valer cada vez mais para a banca (embora com altos e baixos), num momento em que os preços das casas também continuam a escalar. Em novembro, cada m2 da habitação valia 1.499 euros para os bancos, o maior valor desde que há registos contabilizados pelo gabinete nacional de estatística.
Para determinar o montante que irá ser emprestado para adquirir habitação, os bancos precisam de conhecer, pelo menos, dois dados: o valor pelo qual a casa está a ser vendida (preço da casa no mercado) e o valor de avaliação bancária da habitação em causa. Isto porque o banco irá emprestar até 90% do menor valor entre o preço de mercado e o valor da habitação determinado através da avaliação bancária, no caso de aquisição de habitação própria e permanente.
Embora em outubro e em agosto tenham sido registadas descidas, o valor mediano de avaliação bancária na habitação tem vindo a somar recordes em 2022. E em novembro atingiu mais um: o m2 das casas para a banca passou a valer 1.449 euros, mais 29 euros que o observado em outubro (+2,0%). Face a novembro de 2021, o aumento foi de 13,9%. Este é mesmo o maior valor registado desde que há dados contabilizados pelo INE – a série começa em janeiro de 2011.
E onde é que o valor das casas para os bancos mais aumentou em novembro de 2022 face ao mesmo mês do ano passado? A variação mais intensa foi registada no Algarve (17,6%), seguida da Área Metropolitana de Lisboa (15,2%). Já a menor evolução foi observada no Norte (11,7%). Face ao mês anterior, o maior aumento registou-se no Centro (2,3%) e a única descida verificou-se na Região Autónoma dos Açores (-0,6%), destaca o instituto no boletim publicado esta quarta-feira, dia 28 de dezembro.
Para o apurar o valor mediano de avaliação bancária de novembro, foram consideradas 25.554 avaliações (16.160 apartamentos e 9.394 moradias), menos 13,7% que no mesmo período do 2021, e menos 22,9% que em maio último, mês em que se registou o máximo da série. Em comparação com o período anterior, realizaram-se menos 46 avaliações bancárias, o que corresponde a um decréscimo de 0,2%. A queda no número de avaliações bancárias realizadas em novembro poderá ser explicada pela contração de novos empréstimos habitação na reta final do ano já identificada pelo Banco de Portugal.

Apartamentos: valor do m2 sobe 14,9% em novembro
No que diz respeito aos apartamentos, o valor mediano de avaliação bancária foi de 1.610 euros/m2, tendo aumentado 14,9% relativamente a novembro de 2021 e 1,8% face a outubro de 2022. E “os valores mais elevados foram observados no Algarve (1.993 euros/m2) e na Área Metropolitana de Lisboa (1.917 euros/m2)”, destaca o INE. Já o Alentejo registou o valor mais baixo (1.041 euros/m2).
Assim evoluiu o valor do m2 para os bancos em novembro, segundo analisa o instituto:
- a Região Autónoma dos Açores apresentou o crescimento homólogo mais expressivo (21,6%), tendo o Norte apresentado o menor (12,5%);
- face ao mês anterior, maior subida foi observada na Região Autónoma da Madeira (3,7%) e a menor no Alentejo (0,8%).
A grande maioria das avaliações bancárias dos apartamentos (cerca de 77,7%) foram realizadas a casas T2 e T3. E assim evoluíram os valores medianos destas tipologias:
- Apartamentos T2: o valor mediano da avaliação subiu 21 euros, para 1.620 euros/m2;
- Apartamento T3: valor mediano aumentou 22 euros, para 1.422 euros/m2.

M2 das moradias vale mais 11,3% para os bancos
No caso das moradias, o valor mediano da avaliação bancária foi de 1.148 euros/m2 em novembro, o que representa um acréscimo de 11,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior. E ainda uma subida de 0,5% face ao mês anterior.
Os valores mais elevados da avaliação das moradias em Portugal observaram-se no Algarve (2.102 euros/m2) e na Área Metropolitana de Lisboa (1.996 euros/m2), tendo o Centro e o Alentejo registado os valores mais baixos (945 euros/m2 e 950 euros/m2, respetivamente).
Face ao mesmo mês do ano anterior, o Algarve e a Região Autónoma da Madeira apresentaram o maior crescimento (19,6%) e o menor ocorreu no Centro (10,5%). Já em comparação com o mês anterior, a Região Autónoma da Madeira apresentou o crescimento mais acentuado (3,2%). Por outro lado, verificou-se a descida mais acentuada no valor do m2 das casas para os bancos na Área Metropolitana de Lisboa (-0,6%) face a outubro.
As moradias T2, T3 e T4 representam 87,5% das avaliações de moradias realizadas no período em análise. Assim evoluiu o valor mediano do m2 para os bancos em novembro:
- Moradias T2: valor mediano desceu 31 euros, para 1.076 euros/m2;
- Moradias T3: valor caiu 6 euros, para 1.106 euros/m2;
- Moradias T4: valor subiu 37 euros, para 1.275 euros/m2.
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