A avaliação da casa é um dos pontos essenciais a cumprir no processo de comprar casa com recurso ao crédito habitação. E os dados do Instituo Nacional de Estatística (INE) dão conta que o número de avaliações bancárias diminuiu pelo terceiro mês consecutivo, situando-se em cerca de 26 mil em agosto. Isto quer dizer que há menos pedidos de empréstimo habitação para adquirir casa no país. E também o valor mediano de avaliação bancária caiu, fixando-se em 1.414 euros por metro quadrado (euros/m2) em agosto - ou seja, menos 0,2% face a julho. Esta foi a primeira descida do valor do m2 das casas para os bancos desde março de 2020 - depois de mais de dois anos de uma tendência de escalada.
Desde março de 2020 até à atualidade, o valor do m2 para os bancos tem vindo a aumentar, atingindo recorde atrás de recorde. Mas em agosto esta tendência foi interrompida: “O valor mediano de avaliação bancária, realizada no âmbito de pedidos de crédito para a aquisição de habitação, fixou-se em 1.414 euros/m2, tendo diminuído 0,2% face a julho (1.417 euros/m2)”, ou seja, -3 euros, lê-se no boletim do INE publicado esta terça-feira, dia 27 de setembro.
E porque é que o valor da avaliação das casas caiu em agosto? De acordo com o gabinete nacional de estatística, “esta redução resultou da diminuição dos preços de moradias (-0,3%), sendo a variação mensal dos apartamentos ligeiramente positiva (+0,1%)”. De notar também que para apurar este valor foram consideradas 26.272 avaliações, menos 8,3% face julho.
Já comparando com agosto de 2021, a realidade é outra: o valor mediano das avaliações das casas cresceu 15,8%. O INE sublinha que foi registada uma redução de 10,4% no número de avaliações bancárias em agosto de 2022 face ao mesmo período do ano passado.
Onde é que o preço por m2 vale mais para os bancos? E menos?
Face a julho de 2022, foi na Região Autónoma dos Açores onde se sentiu uma maior subida no valor de avaliação das casas em agosto (2,7%). Já a descida mais intensa no valor do m2 para os bancos verificou-se no Norte (-0,3%), refere o mesmo documento.
Por outro lado, em comparação com o mesmo período de 2021, o valor mediano das avaliações registou uma variação mais intensa no Algarve (19,0%). Já a menor evolução da avaliação das casas foi sentida na Região Autónoma dos Açores (10,5%).
Apartamentos: avaliação bancária sobe 0,1%
O valor de avaliação dos apartamentos foi de 1.577 euros/m2 em agosto, tendo subiu 0,1% face a julho. A maior subida de todas no valor do m2 para os bancos foi observada na Região Autónoma dos Açores (8,1%). E a única descida verificou-se na Área Metropolitana de Lisboa (-0,3%).
“O valor mediano da avaliação para apartamentos T2 aumentou 8 euros, para 1.597euros/m2, tendo os T3 descido 1 euro, para 1 403 euros/m2. No seu conjunto, estas tipologias representaram 78,9% das avaliações de apartamentos realizadas no período em análise”, refere o boletim.
Já face a agosto de 2021, a avaliação das casas em agosto aumentou 16,3%. A Região Autónoma dos Açores apresentou o crescimento homólogo mais expressivo (23,2%), tendo a Região Autónoma da Madeira apresentado o menor (8,2%).
E onde é que os apartamentos valem mais para os bancos? Os valores das avaliações bancárias mais elevados foram observados no Algarve (1913 euros/m2) e na Área Metropolitana de Lisboa (1.875 euros/m2), tendo o Alentejo registado o valor mais baixo (1.019 euros/m2).
Moradias: m2 vale menos 0,3% em agosto
No que diz respeito às moradias, o valor mediano da avaliação bancária foi de 1.126 euros/m2 em agosto, o que representa uma queda de 0,3% face a julho. A Região Autónoma da Madeira apresentou o crescimento mais acentuado (3,9%), tendo-se verificado a maior descida no Alentejo (-1,4%).
“O valor mediano das moradias T2 subiu 6 euros, para 1 080 euros/m2, tendo as T3 descido 4 euros, para 1 107 euros/m2 e as T4 subido 6 euros, para 1 198 euros/m2. No seu conjunto, estas tipologias representaram 88,6% das avaliações de moradias realizadas no período em análise”, lê-se na mesma publicação.
Face a agosto de 2021 (o período homólogo), observa-se uma subida no valor da avaliação das moradias na ordem dos 14,1%. O Algarve apresentou o maior crescimento homólogo (28,1%) e o menor ocorreu na Região Autónoma dos Açores (8,2%).
Os valores mais elevados nas avaliações das moradias observaram-se no Algarve (2.037 euros/m2) e na Área Metropolitana de Lisboa (1.926 euros/m2), tendo o Alentejo e o Centro registado os valores mais baixos (898 euros/m2 e 913 euros/m2, respetivamente).
Venda de casas em Portugal cai 7,6% em junho – porquê?
O negócio das casas segue de vento em popa. No nosso país foram vendidas 43.607 casas só no segundo trimestre de 2022, mais 4,5% do que no mesmo período do ano passado. Mas olhando para os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) à lupa, salta à vista que houve um arrefecimento da venda das casas em junho. A alta inflação e subida dos juros poderá ajudar a explicar esta descida dos negócios.
Preço das casas dispara em Lisboa. Valor do m2 é quase o dobro da média nacional
Comprar casa em Lisboa é cada vez mais caro. O preço do m2 na capital está avaliado pelos bancos em mais de 2.115 euros m2, quase o dobro da média nacional. Em três anos, o valor do m2 aumentou mais de 300 euros e os preços já anularam a queda expressiva registada durante a crise financeira.
Avaliação das casas bate novo recorde: 1.417 euros por m2
A avaliação bancária em Portugal continua a bater recordes, mês após mês. As casas valem cada vez mais para os bancos, e o preço do metro quadrado (m2) não para de subir. Em julho, foi atingido um novo máximo: o valor mediano de avaliação bancária para fins de crédito habitação foi de 1.417 euros por metro quadrado (euros/m2), mais 10 euros que o observado em junho (+0,7%). Em termos homólogos, o aumento foi de 16,1% (15,8% em junho).
Juros no crédito habitação voltam a subir e atingem 1,011% em agosto
Um efeito em cadeia está desenhado no mercado de crédito habitação. A subida das taxas de juros de referência pelo Banco Central Europeu (BCE) gerou um aumento a pique das taxas Euribor para todos os prazos. E como a maioria dos créditos habitação em Portugal são de taxa variável (a 6 e 12 meses, sobretudo), este movimento ascendente da Euribor depressa se refletiu nos juros a pagar aos bancos pelos empréstimos da casa. O Instituto Nacional de Estatística (INE) avançou est
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