Os bancos voltaram a desacelerar a concessão de novo crédito habitação em abril, ao contrário do que tinha acontecido no mês anterior. Emprestaram 1.269 mil milhões de euros, bem menos que em março (1.797 mil milhões de euros), que tinha sido o “melhor” mês desde outubro de 2007 (1.875 milhões de euros). A subir está a taxa de juro média dos novos créditos habitação, que cresceu de 3,86% em março para 3,97% em abril, um máximo desde maio de 2012 (3,99%), segundo dados do Banco de Portugal (BdP).
“Em abril, as novas operações de empréstimos aos particulares totalizaram 1.793 milhões de euros, menos 730 milhões do que em março. Esta diminuição foi transversal a todas as finalidades — habitação, consumo e outros fins —, refletindo um menor dinamismo do mercado de crédito relativamente ao observado nos meses anteriores”, lê-se no boletim do BdP.
Significa isto que os novos financiamentos à compra de casa representam a maior parte do montante emprestado aos consumidores em abril: 1.269 mil milhões de euros num total de 1.793 milhões.
O supervisor bancário alerta, no entanto, “que as novas operações de empréstimos incluem novos empréstimos, transferências de empréstimos entre bancos e renegociações não associadas a situações de incumprimento”.
Taxa de juro do crédito habitação sobe em flecha
Em sentido contrário encontram-se as taxas de juro médias dos novos empréstimos, que aumentaram em todas as finalidades, indica o BdP:
- Na habitação, subiram de 3,86% em março para 3,97% em abril;
- No consumo, de 8,43% para 8,69%;
- Nos outros fins, de 5,04% para 5,18%
“As taxas associadas ao crédito ao consumo e a outros fins foram as mais elevadas dos últimos oito anos”, refere a entidade liderada por Mário Centeno, ex-ministro das Finanças.
No caso concreto do crédito habitação, a taxa de juro média dos novos financiamentos em abril (3,97%) está em máximos de anos, sendo preciso recuar até maio de 2012 para encontrar um valor mais elevado: 3,99%.
Taxa variável e taxa fixa: como está a evoluir?
No que diz respeito aos novos empréstimos e ao stock de empréstimos concedidos a particulares para habitação própria permanente, “o diferencial entre a taxa de juro média dos novos empréstimos à habitação contratados a taxa variável e a taxa de juro fixa voltou a diminuir”, adianta o BdP.
“A taxa de juro média dos novos empréstimos a taxa variável aumentou 0,15 pontos percentuais, para 3,98%, enquanto a taxa de juro média dos novos empréstimos a taxa fixa diminuiu 0,05 pontos percentuais, para 4,23%”, acrescenta.
Já os reembolsos antecipados de crédito habitação própria permanente diminuíram em abril, passando de 0,77% para 0,59% do stock de empréstimos. “Esta evolução deveu-se à redução dos reembolsos antecipados totais (0,61% para 0,44% do stock) e dos reembolsos antecipados parciais (de 0,17% para 0,14% do stock), embora estes últimos permaneçam em valores acima dos verificados em 2022”, conclui.
Para poder comentar deves entrar na tua conta