Prestações da casa ficam mais baratas em novembro à boleia da Euribor

As taxas Euribor continuam a seguir sua trajetória de descida, de tal forma que o prazo mais longo está abaixo dos 3% e já atingiu o valor mais baixo em dois anos. Assim, quem decidir avançar com um crédito habitação a taxa variável em novembro terá prestações da casa bem mais baixas do que se tivesse contratado no mês anterior, tal como revelam as simulações preparadas pelo idealista/créditohabitação.

Como seria de esperar, as taxas Euribor continuam a cair devido aos três cortes dos juros diretores decididos pelos Banco Central Europeu (BCE) em junho, setembro e outubro. Além disso, o indexante também está a antecipar futuros alívios da política monetária europeia (o próximo é esperado para dezembro).

Em resultado, assim ficaram as taxas médias mensais da Euribor em outubro para todos os prazos:

• Euribor a 12 meses: a média mensal de outubro foi de 2,691%, a mais baixa desde novembro de 2022. A taxa no prazo mais longo ficou 0,245 pontos percentuais (p.p.) abaixo da registada em setembro (2,936%);
• Euribor a 6 meses: esta taxa mensal caiu para 3,002% em outubro, menos 0,256 p.p. do que no mês anterior (3,258%);
• Euribor a 3 meses: a taxa do prazo mais curto fixou-se em 3,167%, menos 0,267 p.p. face a setembro (3,434%).

Embora o último ciclo mensal das taxas Euribor tenha resultado em novas quedas, os analistas da Ebury revelam que nos últimos sete dias de outubro “as taxas Euribor registaram uma forte recuperação em toda a curva”, sobretudo devido a dois fatores: “em primeiro lugar, a tendência geral de subida das taxas de juro em todo o mundo; em segundo lugar, a divulgação de dados sobre o crescimento e a inflação na Europa mais fortes do que o esperado em ambas as frentes. Isto levou os investidores a reduzirem as expetativas de um enorme corte de 50 pontos base por parte do BCE”, concluem.

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Créditos habitação a taxa variável mais baratos em novembro

Esta nova descida da Euribor tem impacto direto em baixa nas prestações da casa dos novos créditos habitação a taxa variável contratados em novembro. Neste contexto, quem pensa pedir financiamento bancário para comprar casa deve avaliar todas as ofertas de crédito habitação para perceber se compensa mais no curto prazo optar pela taxa variável (indexada à Euribor) ou pela taxa mista, que fixa a prestação nos primeiros anos, seguida de taxa variável. A taxa mista é o tipo de juros mais contratado atualmente em Portugal no caso de créditos para compra de habitação própria e permanente.

Focando os créditos habitação a taxa variável, explicamos como vão descer as prestações da casa nos novos contratos realizados em novembro (que usam a média mensal da Euribor de outubro), com recurso às simulações preparadas pelo idealista/créditohabitação, tendo em conta um novo empréstimo habitação a taxa variável de 150.000 euros, com spread de 1% e prazo de 30 anos:

• Crédito habitação com Euribor a 12 meses: aqui a prestação da casa (que usa a média da Euribor de outubro) será de 690 euros no primeiro ano, menos 20 euros do que se o crédito fosse contratado no mês anterior;
• Crédito habitação com Euribor a 6 meses: a prestação da casa a pagar em novembro e nos cinco meses seguintes será de 716 euros, menos 22 euros face à prestação calculada para um crédito assinado em outubro;
• Crédito habitação com Euribor a 3 meses: a prestação da casa será de 730 euros nos primeiros três meses do contrato (novembro inclusive), traduzindo-se numa redução de 23 euros face a quem avançou com o crédito da casa no mês anterior.

Também quem está a pagar créditos habitação a taxa variável (ou mista em período variável) verá a prestação a casa a cair se a revisão for realizada em novembro. Isto porque as taxas Euribor a 12, 6 e 3 meses estão bem mais baixas do que há um ano (4,160%), há seis meses (3,787%), e há três meses (3,548%), respetivamente. Mas importa salientar que a dimensão da descida depende do ano do contrato e do montante em dívida.

Ao que tudo indica, a Euribor deverá continuar a descer para todos os prazos até ao final de 2024 e no próximo ano, motivada pelos cortes das taxas de juro diretoras do BCE. O novo corte dos juros do BCE é esperado para a reunião de dia 12 de dezembro, mas ainda há dúvidas quanto à sua dimensão (se será mais agressivo de 50 pontos base ou de 25 pontos).