Governo prevê que Euribor no prazo mais curto ficará em 2,4% no próximo ano, revela o OE2025. Explicamos como impacta a carteira.
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Euribor a descer em 2025
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Na proposta de Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), o Governo de Montenegro admite que a Euribor a 3 meses deve reduzir-se de forma “expressiva” para 2,4% no próximo ano. Mas o que é que isto significa na prática? Por um lado, as condições de financiamento deverão melhorar ao longo do tempo, nomeadamente os créditos habitação a taxa variável. Mas, por outro, esta descida do indexante de curto prazo pode mexer com as remunerações dos certificados de aforro.

As taxas Euribor continuam a descer a bom ritmo, à medida que antecipam os cortes dos juros do Banco Central Europeu (BCE) – a próxima redução é esperada pelos analistas para a próxima reunião de política monetária que se vai realizar na quinta-feira, dia 17 de outubro. O que se tem sentido é que a Euribor a 3 meses é a que tem descido a menor ritmo, apresentando a média mensal mais elevada das três taxas em setembro (de 3,434%).

“Na área do euro, as taxas de juro de curto prazo (Euribor a 3 meses) têm evoluído no sentido descendente ao longo do ano (após terem atingido um pico de quase 4% em finais de 2023)”, começa por explicar o Governo no relatório do OE2025. Mas admite que, “no conjunto do ano de 2024, a Euribor a 3 meses deverá aumentar ligeiramente, para cerca de 3,6% (3,4% em 2023), diminuindo de forma expressiva em 2025 (para cerca de 2,4%)”.

A previsões da Euribor a 3 meses não foram colocadas ao acaso no OE2025. Apesar de ser a taxa menos contratada no universo dos créditos habitação em Portugal, este indexante com prazo mais curto é usado para calcular as remunerações nos certificados de aforro, o produto de poupança do Estado.

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Crédito habitação com revisão a 3 meses mais acessível

A Euribor a 3 meses é o prazo menos utilizado no universo dos créditos habitação a taxa variável contratados para comprar casa própria em Portugal, segundo revelam os dados mais recentes do Banco de Portugal (BdP) relativos a agosto:

  • Créditos da casa existentes: a Euribor a 3 meses representa 26% do total calculado em agosto, tendo menor peso que a Euribor a 12 meses (33%) e que a Euribor a 6 meses (38%).
  • Novos créditos habitação: nos novos contratos assinados em agosto este indexante a 3 meses tem ainda um menor peso (8%). Já a Euribor a 12 meses foi mais contratada (47%), seguida do prazo a 6 meses (39%).

Importa recordar é que enquanto os empréstimos a taxa variável representam 67% do stock de créditos para compra de habitação própria e permanente, no caso dos novos contratos a taxa variável pesam apenas 14% do montante total. Isto porque a taxa variável continua a perder terreno para a taxa mista, que atingiu um máximo de representatividade de 80% em agosto.

De qualquer forma, se a Euribor a 3 meses descer como o Governo prevê no OE2025, significa que quem está a pagar prestações da casa com este indexante vai sentir um alívio na carteira, após revisão. E, ao que tudo indica, os prazos mais longos da Euribor também deverão continuar a cair no próximo ano, tornando os créditos habitação a taxa variável mais atrativos para quem quer comprar casa.

Crédito habitação em Portugal
Foto de Ketut Subiyanto no Pexels

Certificados de aforro: remunerações podem descer

Esta descida da Euribor a 3 meses no próximo ano pode, sim, mexer com as remunerações dos certificados de aforro no próximo ano. Atualmente, a taxa de remuneração da série F (em comercialização) está nos 2,5%.

Isto porque a remuneração-base da série F (sem considerar os prémios de permanência) depende da média dos valores da Euribor a 3 meses observados nos dez dias úteis anteriores, registados até ao antepenúltimo dia de cada mês, até ao limite máximo de 2,5%.

Para já, a taxa de remuneração mantém-se porque a Euribor a 3 meses ronda os 3,4%, estando muito acima do limite máximo. Mas se a Euribor a 3 meses descer para 2,4% no próximo, como projeta o OE2025, pode haver uma mexida nas remunerações em baixa. Se este indexante continuar a tendência de descida à medida que o BCE alivia a sua política monetária, a taxa base dos certificados do aforro também deverá cair.

Para o próximo ano, as expectativas do Governo da AD para os certificados de aforro são boas. Depois de ter renovado o produto de poupança do Estado para se tornar mais atrativo – por exemplo, duplicando o limite máximo de subscrição para 100 mil euros na série F –, o Executivo estima que vai entrar muito capital para os cofres do Estado no próximo ano. A verdade é que os CTT já sentiram de forma imediata uma maior procura por certificados de aforro assim que entraram em vigor as novas regras (no dia 7 de outubro).

No relatório que acompanha o OE2025, o Governo admite que os certificados de aforro vão ser uma importante fonte de financiamento do Estado, permitindo encaixar 3.709 milhões de euros no próximo ano. Este é o resultado da diferença entre a emissão de 5.968 milhões de euros e a amortização de 2.259 milhões de euros.

Assim, os certificados de aforro vão ajudar à entrada de muito mais capital do que está previsto para 2024. Segundo o documento, estima-se que o saldo entre subscrições e amortizações seja de apenas 53 milhões de euros este ano.

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