Em causa está um recuo de 567 milhões de euros face a dezembro, para 1.522 milhões. Já a taxa de juro média estabilizou nos 3,22%.
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Crédito habitação em Portugal
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Em janeiro, o montante concedido pelos bancos em novos contratos de crédito habitação recuou 567 milhões de euros face ao mês anterior, para 1.522 milhões de euros, segundo dados divulgados esta quarta-feira (5 de março de 2025) pelo Banco de Portugal (BdP). Já a taxa de juro média estabilizou nos 3,22%, após 14 meses consecutivos de quedas. 

“As novas operações de empréstimos aos particulares totalizaram 2.779 milhões de euros em janeiro, menos 635 milhões que em dezembro”, indica o BdP, salientando que as novas operações de empréstimos incluem contratos novos e renegociados.

No que diz respeito ao crédito habitação, adianta o supervisor, o montante de novos contratos desceu 567 milhões de euros, para 1.522 milhões de euros. “O crédito concedido a mutuários com menos de 35 anos representou 45% do montante de novos contratos para habitação própria permanente concedidos em janeiro, um peso semelhante ao observado para o mês de dezembro”, lê-se no documento. 

Uma quebra na concessão de novos empréstimos que acontece numa altura em que a procura por financiamentos bancários para a compra de casa tem vindo a crescer, na sequência da entrada em vigor da isenção do IMT e de Imposto de Selo na compra da primeira habitação por jovens até aos 35 anos, bem como da garantia pública do crédito habitação. 

Taxa de juro mantém-se estável e taxa mista ganha força

No que diz respeito à taxa de juro média das novas operações de crédito habitação, manteve-se, em janeiro, praticamente inalterada face a dezembro, fixando-se em 3,22% (3,21% no último mês de 2024).

“A taxa de juro média das novas operações de crédito à habitação praticamente não se alterou relativamente ao mês anterior, fixando-se em 3,22% (3,21% em dezembro). A estabilização desta taxa acontece após 14 meses consecutivos de redução”, refere o banco central. 

A entidade liderada por Mário Centeno revela ainda que, em janeiro, a maioria (70%) dos novos empréstimos à habitação foram contratados a taxa mista (isto é, com taxa de juro fixa num período inicial do contrato, seguido de um período com taxa de juro variável).

“O peso dos contratos a taxa mista diminuiu 4 pontos percentuais (p.p.) relativamente a dezembro. Em janeiro, os contratos a taxa mista representavam 34% do stock de crédito habitação”, explica.

De acordo com o BdP, o peso dos novos empréstimos a taxa variável atingiu um mínimo de 15% em agosto de 2024, tendo depois, a partir de setembro, aumentado sistematicamente, fixando-se em 23% em janeiro de 2025. 

“Recorde-se que, antes do ciclo de subidas de taxas de juro iniciado em julho de 2022, o peso dos novos empréstimos a taxa variável se situava em torno dos 85%”, lê-se no boletim

Juros dos depósitos em queda há 13 meses consecutivos

Relativamente à taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares, diminuiu pelo 13º mês consecutivo, passando de 2,16% em dezembro para 1,98% em janeiro. 

“O montante de novas operações de depósitos a prazo de particulares aumentou 1.416 milhões de euros em janeiro, totalizando 13.087 milhões de euros”, esclarece o regulador. 

“Nos novos depósitos com prazo até 1 ano, a taxa de juro média diminuiu 0,19 p.p., para 1,99%. Esta continuou a ser a classe de prazo com a remuneração média mais elevada e representou 97% dos novos depósitos em janeiro. A remuneração média dos novos depósitos de 1 a 2 anos diminuiu 0,13 p.p., fixando-se em 1,63%. Em sentido oposto, a remuneração média dos novos depósitos a mais de dois anos aumentou 0,21 p.p., atingindo os 1,46%”, conclui a entidade.

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