
A garantia pública no crédito habitação continua a dar que falar, devido à elevada adesão dos jovens até aos 35 anos. Já foram assinados mais de 13 mil contratos de empréstimo para compra da primeira casa ao abrigo da garantia do Estado, representando mais de um terço dos contratos assinados por jovens. E é no interior e fora dos grandes centros urbanos onde o peso da garantia pública é maior.
Foi no início de janeiro que a garantia pública começou a ser aplicada aos créditos da casa contratados por jovens que se destinam à compra da sua primeira habitação própria e permanente, permitindo financiamentos até 100%. Desde então até julho, foram contratados 13.177 créditos habitação com esta garantia, correspondendo a cerca 2,5 mil milhões de euros. A garantia pública pesou mesmo 38,7% no número total de contratos celebrados por jovens neste período e 41% no montante contratado, segundo os dados do Banco de Portugal (BdP).
A recente publicação do supervisor bancário mostra ainda que medida está a ser usada em todas as regiões do país. Mas o peso dos empréstimos com garantia do Estado no universo de créditos habitação concedidos a jovens é bem maior no interior do que no litoral.

Grande Lisboa com menor expressão na garantia do Estado
É no Alto Alentejo (56,16%), no Baixo Alentejo (52,65%) e na Beira Baixa (51,88%), que se verifica o maior peso dos contratos com garantia do Estado face ao total de contratos celebrados por jovens, segundo os dados do BdP revelados pelo jornal Público. Observa-se ainda que este tipo de contratos com garantia tem elevado peso em todo o Alentejo.
Também a Norte o peso de jovens a recorrer à garantia pública fica acima dos 40% em várias sub-regiões, como em Terras de Trás-os-Montes, Alto Tâmega, Douro e Alto Minho. Mas não em todas. No Grande Porto, por exemplo, a percentagem não foi além dos 39,05%.
Um dos menores pesos desta medida face ao total de créditos habitação assinados por jovens foi observada na Grande Lisboa (32,32%), tendo sido ultrapassada pelas sub-regiões periféricas: Lezíria do Tejo (51,84%), Oeste (43,59%) e Península de Setúbal (41,20%).
A Região Autónoma da Madeira registou o menor peso de todos desta medida (31,91%). Já na Região Autónoma dos Açores (43,20%) foi bem mais expressiva, mostram os mesmos dados citados pelo jornal.
Há uma explicação simples para esta dispersão da garantia pública pelo país: os preços das casas nestas regiões menos povoadas são mais acessíveis do que nas metrópoles de Lisboa e do Porto, Madeira e Algarve. Ou seja, o financiamento a 100% de uma habitação mais barata não eleva demasiado a taxa de esforço, permitindo aos jovens pagar as prestações da casa sem sobrecarga financeira.
Já em Lisboa, que tem os preços das casas mais elevados do país, muitos processos podem ser travados pela alta taxa de esforço, que não deve ser superior a 50%, segundo as recomendações do BdP. Aliás, os próprios altos custos da habitação na capital e noutras grandes cidades acabam mesmo por tornar a compra de casa inacessível para muitos destes jovens.
Acompanha toda a informação imobiliária e os relatórios de dados mais atuais nas nossas newsletters diária e semanal. Também podes acompanhar o mercado imobiliário de luxo com a nossa newsletter mensal de luxo.
Segue o idealista/news no canal de Whatsapp
Whatsapp idealista/news Portugal
Para poder comentar deves entrar na tua conta