A medida teve um papel "substancial na preservação do emprego", revela um estudo recente do Banco de Portugal (BdP).
Comentários: 0
Lay-off simplificado para travar pandemia já custou 822 milhões aos cofres públicos
Photo by Andrew Leu on Unsplash

A pandemia obrigou o país a parar: paralisou a atividade de inúmeras empresas e destruiu, consequentemente, vários postos de trabalho. E o impacto teria sido muito maior sem as medidas excecionais e temporárias de resposta à Covid-19, nomeadamente o lay-off simplificado e, depois, o apoio extraordinário à retoma progressiva da atividade. Até agora, estes mecanismos já custaram 822 milhões de euros aos cofres do Estado. O Banco de Portugal (BdP) veio dizer, de resto, que o regime de lay-off simplificado "teve um papel substancial na preservação do emprego".

A taxa de execução destas medidas, sabe o Jornal de Negócios, vai em 74%. Assim, e de acordo com a publicação, restam cerca de 288 milhões de euros da dotação de 1.110 milhões que está inscrita no Orçamento Suplementar para gastar nos últimos quatro meses do ano.

Dados do Ministério do Trabalho revelam que até julho o lay-off já tinha abrangido 877 mil trabalhadores. Trata-se, aliás, da medida mais “pesada” em termos de despesa. Recorde-se que este regime foi criado para dar resposta à crise pandémica, concedendo apoios às empresas para a manutenção dos contratos de trabalho, pagando parte dos custos com salários. O lay-off simplificado foi depois substituído por um novo regime – o mecanismo de apoio à retoma progressiva –, que está em vigor desde agosto e estende-se até dezembro de 2020, mas só financia a modalidade de redução de horário (e não de suspensão de contrato), obrigando as empresas a um esforço financeiro adicional para atenuar os cortes salariais.

Um estudo publicado pelo Banco de Portugal (BdP) esta quarta-feira (23 de setembro de 2020), sobre o impacto de curto prazo da pandemia da Covid-19 nas empresas portuguesas, dá a ideia de que esta política de apoio “permitiu reduzir os custos com a mão de obra durante um período em que as quebras nas vendas foram muito acentuadas”. O relatório do supervisor destaca, aliás, que se não tivessem recebido este apoio, “77% das empresas beneficiárias teriam diminuído os postos de trabalho”, algo que “comprova o sucesso da medida na mitigação das quedas do emprego ao longo destes meses”.

Ver comentários (0) / Comentar

Para poder comentar deves entrar na tua conta