Empresário madeirense é suspeito de crimes que terão lesado os bancos em 1.000 milhões.
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Berardo é detido
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O empresário Joe Berardo e o seu advogado André Luís Gomes foram detidos esta terça-feira (dia 29 de junho de 2021) por suspeita de crimes económicos que terão lesado vários bancos em cerca de 1.000 milhões de euros. Para recuperar o valor em dívida, o Ministério Público (MP) vai pedir o arresto dos seus bens, imóveis e coleção de arte. Joe Berardo vai ser interrogado esta quarta-feira (dia 30 de junho de 2021) pelas 14h00 no Tribunal de Instrução Criminal.

O arresto foi levado a cabo pelo Estado em representação da Caixa Geral de Depósitos (CGD), um dos bancos lesados. A dívida de mais de 962 milhões de euros também abrange o agora Novo Banco e o Millennium bcp. Neste processo, José Berardo e o seu advogado são suspeitos de fraude fiscal, burla qualificada, branqueamento de capitais e administração danosa. E ainda são suspeitos de montar um equema de dissipação de património e dinheiro através de empresas-veículo, para conseguir escapar aos credores, de acordo com a TVI.

Só a coleção de arte do empresário madeirense está avaliada em mais de 300 milhões de euros pela Christie's ( empresa especializada em leilões) – isto é, vale apenas um terço do total da dívida. Já os imóveis a serem arrestados não foram ainda revelados.

Este não é a primeira tentativa de colmatar os buracos nos bancos. Em dezembro de 2020, Joe Berardo perdeu o recurso que ditava o arresto de três imóveis, um processo pedido pela CGD na tentativa de pagar os cerca de 400 milhões de euros em dívidas. Em causa estavam dois apartamentos de luxo em Lisboa e uma quinta na Madeira, avaliados em mais de 40 milhões de euros.

Também em julho de 2019, foi arrestada pelo Estado uma coleção de arte inclui 2.200 obras. Destas, 862 estão hoje no Centro Cultural de Belém e 1.200 nas caves Aliança-Vinhos de Portugal, em Aveiro, sendo que estas últimas são do jardim Bacalhôa Buddha Eden (Bombarral) e da Aliança Underground Museum, segundo refere a agência Lusa.

Em causa, esteve um aumento de capital da Associação Coleção Berardo, dona das obras, feito à revelia dos bancos, que tinham os títulos desta entidade por garantia, e que diluiu a participação das instituições financeiras na associação, conforme relatou José Berardo aos deputados, no parlamento, em maio de 2019. Apesar do arresto em 2019, as obras continuaram expostas no Museu Coleção Berardo ao abrigo do acordo estabelecido em 2006 entre o Estado e o próprio Joe Berardo.

*Com Lusa

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